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Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Uns segundos para te dizer que te Amo

 

Todo o Pai, começa por ser uma autoridade irrepreensível. Uma ordem que se venera e não se confronta. Pai começa por ser, uma paixão respeitada, uma voz rouca com um pedaço de Nós.

O tempo torna-nos expressivos e manifestadores de uma vontade, que nem sempre é a vontade de quem nos ama. As discussões nascem, e a sensação de incompreensão permanece na mente jovem.

Quando de Jovem já pouco sobra, nasce o orgulho. Um encantamento que resulta da experiencia e da razão que o Pai trazia sempre consigo. Nasce um laço eterno e inquebrável de conforto e sensação de Amor inabalável.

Pai, é muito mais que um amigo. Pai é teu, é só um, é verdadeiro, e leal a tudo o que te fará melhor.

Pai é terno, brincalhão, descontraído, preocupado, consciente e definido. Tudo porque, a partir do momento em que Nós lhes caímos nos braços, o Pai cresceu mais um pouco. O Pai tornou-se finalmente Homem na sua essência mais profunda.

Nós, filhos, somos a metamorfose mais marcada do Amor. Somos a certeza de que alguém luta, alguém vive para nos agradar, para nos fazer feliz.

No entanto ao Pai, só lhe damos o valor merecido, quando de facto ele já não está cá!

Até esse momento chegar, parece sempre que temos uma vida inteira para refazer laços, parece que temos uma vida inteira para lhe dizer que o amamos, parece que temos uma vida inteira para fazer tudo por ele, parece que temos uma vida inteira para recuperar o tempo em que gastamos em momentos fúteis.

No entanto, há um dia em que a consciência nos diz que o mundo evolui rápido, e que não existem horas, ou dias, ou meses, ou anos…

A vida são só uns segundos, segundos que não se refazem…

Apenas desaparecem…

 

No dia 19 de Março, para além da prenda, da visita, do bolo, do jantar, do beijo, espero que lhe digam a palavra que realmente importa. É profunda mas ao mesmo tempo é verdadeiramente valiosa. Digam somente, olhos nos olhos, que o Amam, e que sempre o vão Amar.

Porque Pai há somente um, e certamente que se iram arrepender se não lhe der uns segundos da sua Vida.

A mim resta-me comprar mais um ramo de flores (que ele não pode cheirar!) acompanhado por uma vela (que ele não pode ver!) e dizer de rosto caído postos no chão, que o Amo, e que me arrependo seriamente de não o ter dito enquanto ele ainda o podia ouvir…

Feliz dia do Pai.

 

 

 

Alma de Criança

 

Uma criança pintou o mundo cheio de cores, meninos do tamanho de árvores, as casas bem pequeninas, e as flores tinham o tamanho das pessoas. Rasgam papéis como quem quer bater ao mundo, dão chutos na bola como quem se projecta no mundo de futebol, as bonecas são princesas que vivem “felizes para sempre”. Vencem monstros e medos, vivem afortunados naquela terra onde são Reis.

 

Os adultos brincam às escondidas, como quem tem receio de sonhar, cobrem-se com um manto de características vincadas pela profissão e pelo dever. Perdem o sorriso exemplar, a alegria de gritar pelo seu ídolo, deixam a fantasia do faz-de-conta.

 

Deviam existir brinquedos para adultos, aqueles brinquedos que dão um brilho aos olhos que perduram até um novo brinquedo chegar às suas posses.

Descomprimir da vida, não é vergonha, embaraço, ou anormalidade. É procurar um lugar mágico onde a descontracção te renova e faz de ti mais humano, mais criativo, mágico, criador de boa disposição, onde o mundo pode ser ainda cor-de-rosa.

Existe um sem limites no horizonte, onde no mesmo mundo se unem pessoas de várias idades, com expressões capazes de tornar este planeta mais feliz.

 

São as Crianças Grandes que fazem projectos, e que amarravam a vida com a certeza que “é bom viver”.

Bom, é crescer, sem perder a alma de criança, pintar a aliança entre a cronologia e o saber. Vergonha é perder os sonhos naquele local a que lhe chamam inocência, onde só existia felicidade.

 

De Inocente a Adulto...

 

 

Não é difícil recordar os laços de ternura com idosas cheias de rebuçados e outras guloseimas, que teimavam em oferecer para deslumbrarem a rapidez com que estas desapareciam em nossas bocas.
Não é difícil lembrar os que mentiam descaradamente, e nós, pequenos, fazíamos tudo o que o mundo dos adultos nos estipulava.
Oh inocência que permanecia em nossas mentes, Nós, que desconhecíamos a mentira vinda de quem amamos.
É impossível não surgir, os sorrisos e as horas passadas num qualquer local cheios de grandiosos sonhos e palavras afectuosas que uniam para sempre bem feitores. Onde se jurava mentalmente protecção eterna a quem estava naquele circulo, tão vazio em cores, tão rico em certeza.
Não é difícil evocar memórias, de lutas entres crianças que não desistiam de ter só para si, uma alma e um corpo a que chamavam de melhores amigos.
Não é difícil viver de novo, de olhos fechados, os momentos que dancei à chuva, que olhei para o céu e pedi com esperança, um mundo que não sentia.
 
Tudo porque não aceito… E por isso demorou…
 
Demorou a que a mente se abrisse e visse em todo lado, sorrisos forçados, abraços vãos, brinquedos distribuídos as escondidas, dedos apontados a quem nada fez.
Demorou até querer ver e compreender, o que mancha a vida com tinta permanente, que nada nem ninguém, é capaz de limpar. Nódoas secas e profundas que se riem de quem luta pela clareza.
Desgostos que duram toda a eternidade. Furtos de alma, que alertam vezes sem conta a possibilidade de deixar de existir.
E como é lamentável ver os que o amarram corações, e como se a meninice voltasse, brincam, confundem, troçam, imitem risinhos e se calam quando devem falar. Triste porque só o fazem para não o verem partir… e o coração parte muito antes…
 
 
Subtraem o ar angelical e disfarçam com sorrisos, palavras, aprovações de frequentes proposições que negam interiormente, e adoptam como verdadeiras apenas verbalmente.
Vestem sujidade irracional, anseiam despedir frustrações que a própria colectividade de seres lhes impôs como naturais.
Vivem do que não parecem, parecem o que não são, e nunca são ninguém, a menos que acordem de um cosmos que os pôs a repousar.

 

Sê um verdadeiro Pai

 

 

Ser a voz que chega ao coração antes de ser pronunciada,
Ser Razão.
Ser o abraço nos momentos difíceis.
Ser afecto.
Ser a palavra que encontra o caminho, e que vê o lado do seu filho.
Ser compreensão.
Ser firme na educação, com perspicácia mostrar o lado correcto da vida.
Ser Persistente.
 
Estar onde outros não estão, conquistar a confiança e a sua atenção.
Ser o amigo de todas as horas, o companheiro das brincadeiras.
Ouvir o que ninguém quer escutar, ajudar a levantar.
Entrar devagar no quarto, dar-lhe um beijo de boa noite e sentir uma lágrima cair, por não querer ver o seu pedaço crescer.
Planear o que melhor se pode oferecer, e jamais esquecer que aquele pedaço é do seu sangue.
Unir esses corações para sempre, com um fio invisível.
 
Vai, Sê quem eu não tive…
Sê um Pai que desejei.
Sê feliz com esse alguém.

Menino

 

Menino, que quero sempre perto, menino que fazes falta, que choras e ris comigo.
Que falas pouco mas sabes muito.
Menino que a vida fez amadurecer depressa.
Menino com medo…
 
Pequeno homem, de grande valor.
Se a vida te der tudo o que quero para ti… Serás dono do mundo.
 
Diz-me que vais abraçar os sonhos com garra. Que vais lutar para seres feliz, que vais continuar a ser assim, e o tempo te vai conservar, e guardar-te para sempre.
Vontade que tenho de preservar esse coração de ouro, essa inocência perfeita que faz falta ao planeta. Essa calma que continua a fazer de ti, dos pedaços de mim que mais me orgulho. Aquele pedaço que não dá desilusões nem faz confusões.
 
Tão crescido o meu pedaço, que me faz sorrir apenas com a presença.
Que me dá vontade de abraçar de não deixar nunca mais.
Desejei-te bem cedo, ainda não sabia que teríamos que sofrer juntos tantas dores.
Desejei-te pequenino, calmo, amigo, querido, desejei-te pedaço de mim.
 
Agora sonhas, lutas e ainda não vês o mundo como ele é, é fantástico olhar e ver-te engrandecer devagarinho.
Menino, que trago sempre comigo…

Vive como Criança...

 

 

 

Força que me entras pelo peito, e sem jeito me contas, que tudo pode mudar.
Sussurras, e deixas lá dentro uma porta aberta com horizontes defendidos, tão cheios de marés e de esperanças.
Arrastas contigo tudo e todos, numa felicidade ilimitada, digna de ser regada pelas mãos de uma criança.
Vê-la!
Tão pura e cheia de vida!
Vê como sorri, como te transmite harmonia e paz.
Ai criança em mim, que choras quando te contrariam, e ris quando te fazem cócegas.
Criança que cais e dolorosamente te levantas
Criança em mim, que sorri para muitos, discrimina outros, tão mortos. Coitados, o que a vida fez deles!
Sou, sou criança.
Criança, como todos nós devíamos ser.
Criança que diz que não gosta da sopa, nem de “picas”, criança que faz birras.
Mas que sabe, melhor que ninguém, sorrir…
Sou criança e vós também devias ser.
Para olhar nos olhos sem medo, porque estamos protegidos.
Para falar sem receio, pois a nossa opinião é sempre relevante.
Para aprender todos os dias.
Para achar que a vida tem ainda tanto, e tanto para mostrar.
Esta força sobe como balão, e atinge uma dimensão surreal, mas não tem qualquer mal crescer assim.
Para muitos, não passa de uma lembrança…
Mas as crianças continuam, a rir, a chorar, a levantarem-se, e a aprenderem, vezes sem conta…
Até que um dia, quem sabe, esquecem-se que foram crianças…