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Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

ALEGRIA

 

Peguei em lápis de cor, e dei mais vida à minha folha de papel. Carreguei nos vermelhos das flores, no amarelo do Sol, no azul do Céu, no verde dos campos.

Tudo deixou de ser cinzento. Para cinzento, já basta a vida!

 

Tu apareceste, e trouxeste até mim uma Tela, tão grande, tão grande, que podíamos morar lá dentro.

Uma espécie de cubo, e por mais pálido e estranho que fosse, era somente nosso.

Pegamos em pincéis enormes, do tamanho do nosso coração, e pintamos ali mesmo o arco-íris da nossa alegria.

 

Ás vezes aqueles tons cinza aparecem, como se alguém por distracção lhe roubasse a tonalidade, fazendo da nossa vida, uma Tela a preto e branco.

A vida não precisa de ser, estranhamente do mesmo tom.

 

Felizmente eu olho ao meu lado e vejo-te. A alegria aparece!

Esta alegria não vem para ficar. É como aquele mar que pintamos cheio de ondas que não são reais.

 

As verdadeiras ondas, vêm e vão, assim como a alegria que me trazes.

Por mais que esta não seja uma constante, preciso dela.

Preciso dela como preciso de ti, porque sem ti a vida não tem cor, e a alegria perde-se, até uma nova maré. Nessa nova maré, trazes sempre uma nova cor. Que perdura o tempo suficiente para fazer de mim, mais feliz.

 

Catarina Portela

COMPANHEIRISMO

 

Somos velhos sentados perto da lareira, a ouvir a madeira a estalar. Somos velhos, sem paixões loucas, nem espaços para ilusões. Somos velhos, mas mais que velhos, somos dois!!!

Dois teimosos, rabugentos, mas cheios de lições de vida.

 

– Velhos?

Velhos são os trapos, e inteligentes são quem os usam para limpar a sua vida! Arejar com os conselhos e as historias. Reviver com alma e memórias.

 

Velhos somos, mas depois de uma vida, somos tanto e tanto um ao outro.

Foram embora aqueles sonhos gigantes, e partiram os filhos para outras casas, e perdemos já tantos e tantos que amávamos. Mas Eu e o Velho, Nós soubemos aguentar a Cruz, aquela que pesa tanto e tanto. Quando são dois a pegar nela, tão leve que esta fica…

 

Vai-se embora tudo, e todos, mas ficamos Nós. Com aquela voz que não precisa gritar, com aquele sorriso maroto que diz tanto sem uma única palavra.

 

Ficamos Nós e a Nossa Companhia mútua e inabalável.

E somos mais juntos, do que algum dia seriamos em separado!

 

Catarina Portela

PUREZA

 

Gosto da pureza da criança. Gosto da falta de maldade que existe enquanto somos pequeninos. Gosto porque é espontâneo cada traço, cada acção, cada palavra. Gosto pois tudo isso faz de Nós genuínos.

A partir do momento em que nos inserimos na sociedade, já não somos apenas Nós. Somos Nós “+” os Outros. Uma equação matemática que distorce tudo o que deveria ser individual e único.

Não sei quando é que deixamos de ser extremamente puros e fiéis a Nós mesmos. Sei somente que, quando o Amor desce de lá de cima até Nós, há algo de puro que regressa.

Talvez seja aquela gargalhada que já não se dava à algum tempo, ou então as borboletas na barriga, que parece o nervosismo do primeiro dia de escola. Talvez seja aquela sensação estranha de contar tudo, ou o desejo de projectar uma vida em conjunto.

 

Seja como for, a Pureza torna-nos Incomparáveis, a naturalidade com que as palavras nascem, os gestos, os olhares, fazem de Nós mais Humanos, mais Homens, e mais Mulheres. Viver em comunhão de forma Pura, é viver melhor connosco e com todos os outros.

 

Haverá melhor forma de Viver?

 

Catarina Portela

GRATIDÃO

 

Eu fiz o bem. Fi-lo porque devia, porque merecias, porque gosto de ti, e de ajudar. Fi-lo porque te amo. Fi-lo porque és Tu, e porque a tua simples presença me faz sentir que faria, muito, mas muito mais por ti.

Fiz, e voltaria a fazer!

Mas é um esforço (de esforço nada tem) que gosto de ver lembrado.

 

Não quero uma Taça de Ouro espelhada, não quero uma guloseima a meu gosto, ou um fim-de-semana prolongado. Quero só que te lembres do gesto. Quero que te lembres, que nunca me esqueci de ti.

 

Para vencer na vida, são precisas bem mais que uma única pessoa.

É bom que nunca nos esqueçamos de todos os que estão ao nosso lado, todos os dias, a todas as horas. Todos os dias fazem algo por Nós. Todos os dias fazem algo para Nós. Por pouco que seja, e mesmo que até se torne rotina, é bom que seja reconhecido.

 

Um Simples Obrigado por estares, e por fazeres de mim mais feliz.

Um simples Obrigado por me Amares, e por estares presente anos e anos a meu lado.

Um Simples Obrigado por fazeres da tua vida, A minha Vida.

 

 

Catarina Portela

CARINHO

 

 

Pegaste-me na mão, encostaste-a ao teu peito, e sorris-te.

Passas-te as mãos pelos meus cabelos e olhaste-me ternamente.

Numa rua cheia de gente, pegaste-me na mão, de uma forma tímida. Sem que eu pedisse, deste-me um abraço quente e demorado, e limpaste-me as lágrimas.

 

O Carinho é assim mesmo, um poder que vagueia por entre o coração, que nos torna mais humanos e mais afáveis.

Sem carinho, que seria do Amor?

Um sentimento tão vazio, tão cheio de poucas acções!

O Carinho é a alavanca de uma demonstração, o afecto mais poderoso do mundo!

Não se disfarça, não se teme, aparece somente como se fosse um simples presente, que se abre devagarinho com um sorriso mágico, e com um olhar surpreso.

 

Carinho sente-se tão poucas vezes ao longo do dia, e como seria melhor, se este sentimento fosse mais vezes transmitido…

 

Que nunca seja esquecido, no meio de um casal.

 

 

Catarina Portela

FIDELIDADE

 

Não peças!

Dá!

Não exijas! Porquê?!

Porque é óbvio. O óbvio não deve ser exigido, ou pedido, quanto muito, deve ser lembrado, reforçado com palavras, amarrado às certezas, preso às convicções que surgem de uma união.

 

A fidelidade, não é uma palavra bonita por ser rara. É uma palavra bonita por ser árdua de alcançar.

 

Um dia, um mês, um ano, meia dúzia de anos!!! Quem não o consegue, é fraco, muito fraco!!!

 

Uma Vida? Uma vida é muito tempo. Uma vida de fidelidade é uma vida sem dúvidas. Dúvidas, todos temos, e teremos. Devemos tentar, a um custo quase sobre-humano supera-las, contorna-las, porque é possível, porque devemos acreditar que sim, pois foi assim que nos ensinaram...

 

Um dia alguém disse, que desde pequeninos que sabemos muito bem o que está certo ou errado. Quem erra, tem a consciência do mal que cometeu.

 

Quem atinge o objectivo de ser fiel uma vida, atinge o objectivo de Deus.

Assim lhe prometemos, assim devemos cumprir…

 

“Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na Alegria e na Tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”

 

Catarina Portela

PAIXÃO

 

 

 

O olhar, o toque, o beijo, a tentação, a magia, a loucura, o desejo, a perdição. Um arrebatar de emoções que perduram num tempo demasiado fugaz. Iludem-se os loucos, perdem-se os amantes. Falam-se de demências e histórias de carências.

A verdade é que ninguém as esquece, e são muitas as saudades dos momentos loucos.

O início de um Amor começa quase sempre com uma Paixão. Aquela Paixão, um dia diz Adeus, não fica para contar o segredo da eternidade de um sentimento.

 

É Talvez o sentimento mais travesso e incoerente. Não se sabe porque vem, nem quando vai. Mas nasce da mesma forma que morre… sem porquês.

O que resta são memórias de um tempo sem horas.

Ouve-se ao longe um grito. A Paixão apela aos outros sentimentos que se unam para construir o Amor. O seu papel nessa árdua tarefa está feito.

A flecha do cupido foi lançada…

Que farás com ela?

 

Catarina Portela

TERNURA

 

Ternura é o contacto que apenas faz estremecer por dentro. É um beijo sem lábios, é um abraço sem um único toque.

Ternura é o som de um sorriso, e aparece imensas vezes, num olhar perdido…

Não é preciso falar, não é preciso tocar, só é preciso sentir.

 

Ternura é um tesouro que apenas sobrevive se repartido. É uma dádiva quando encontrado. Não se pode perder, apenas se encontra e se luta, para que sobreviva para todo o sempre.

 

A sensação mais amorosa, que transmite. mesmo sem voz.

É um sentimento carinhoso que deve perdurar para alem das dificuldades de um enlace...

 

Catarina Portela

AMOR

 

O Amor Cresce

 

 

 

 

Em criança.

 

Sorri inocente à vida, entrega-se à mínima declaração.

Beija-se de olhos bem fechados, coras por olhares inapropriados.

A barriga borbulha, as mãos tremem, as datas nunca se esquecem.

São entregues flores de papel, palavras mal escritas, poemas e desenhos amorosos. São traços, tempos, verdades inquestionáveis de um sentimento que não desaparece… cresce.

 

Impulsivamente adolescente.

 

Beijas e mudas a avaliação. Corres atrás, não olhas para trás.

Investigas, analisas, choras discutes, deixas, voltas!

Um mundo em que te revoltas, onde és o centro do universo, e vives num mundo secreto, repleto de desejos, paixões às escondidas, ou então fechas-te num baú e sofres constrangido por um amor não correspondido.

Medidas pouco eficazes de amar, de sofrer, de conquistar, de saber ficar…

E o amor não desaparece, cresce.

 

Acordas já adulto…

 

Completa dependência da alegria pura. Certeza real que dura enquanto as lágrimas caiem… Apenas por ter, por crescer…

Sem saber como, sem saber porquê, sem saber quando…

Aparece, fica e preenche.

 

Como se tudo fosse necessário, como se cada pedaço te tornasse melhor. Como se tu fosses, o mais e o melhor ao lado de alguém, alguém que te conhece como ninguém.

 

Como se a chuva não importasse, e o sol despertasse a cada dia. Como se o sorriso do outro fosse arco-íris em tua vida, e te enche de alegria.

Como se a dor dele te matasse por dentro, e o olhar os tornasse homogéneos em sentimento.

 

 

O amor não se perde, ganha-se.

O amor não morre, escapa por falta de vontade.

O amor não te magoa, torna-te humano.

 

Não se pede o que é de ambos.

Não se aconselha o que se vive, o que existe.

Não se tira, porque não é de ninguém

Não se rouba porque já é nosso!

 

Amor … Cresce contigo…

E perdura a sensação, da necessidade de amar, até que nossos dias teimem em cessar.

 

Continua depois de tudo isso, para todos aqueles que ficam.

 

 

Catarina Portela

 

(alguns textos serão relembrados, outros aproveitados, outros retirados do livro que teimo em não concluir, outros são completamente novos ... Para um dia especial - O Casamento  )

 

Sobreviver :(

 

A vida é um dom, que nasce naquele grito sufocado, de quem procura respirar. A vida é uma dádiva, que começa quando vemos pela primeira vez a Luz. A vida é uma constante alteração de percurso, onde a maior parte das vezes somos somente peões. Meros objectos sem vontade própria, que aceitam, através de um impulso, cumprirem os passos que outros teimaram em criar por Nós. O destino, o obstáculo, os problemas, as desilusões, as surpresas, tudo isto faz com que os nossos projectos sejam somente, improváveis…

 

 

 

Isto não significa que a vida termina. A vida vai perdendo, é aquela cor viva que nos recebeu ao nascer. Deixam de se ouvir as músicas de criança cheias de esperança e de sonhos. Tarde percebemos que aquele caminho por nós pintado, não será daquela forma constante, linear, fácil e rápida. Os cavaleiros perdem-se no meio do nosso amor, os castelos são pequenos e apertados, e a um dia de sorte, segue-se uma semana de rotina, seguido de uma tragédia que é relembrada, anos e anos (talvez até para todo o sempre).

 

 

 

Dar valor a tudo isto? Tudo isto, que é uma mão cheia de nada. Um coração apertado, um nó na garganta, uma lágrima derramada por entre a noite, um pensamento constante no dia de amanhã, um movimento rítmico sufocante de um relógio que não pára!

 

 

 

Pára!!! Pára!!!

 

 

 

Mas o tempo não deixou parar, e a força, terminou. O tédio chegou, mas foi-se rapidamente embora, e a memória invadiu-me a mente. E pensei em ti, nos meus, nos outros, pensei em quem vi hoje, em quem não queria ver. Pensei que hoje seria o último dia. Pensei na Paz que podia nascer de um dia, sem amanhã.

 

 

 

Eu não tive forças, e fiquei aqui mesmo. Aprendi a amar, não as desilusões, ou as quedas, ou os infortúnios. Aprendi a amar o dia em que sobrevivi, o dia em que me deitei, mas amo mais ainda o dia em que me levanto.

 

 

 

 

 

O povo diz, que “para morrer basta estar vivo”. Eu arrisco em dizer, que para viver, devemos aprender a sobreviver…

 

Sobreviver sim, pois de fácil nada tem, mas tem uma magia especial, que não se explica, não se escreve, talvez se sinta, mas nem todos os dias…

 

(para ti, que não tiveste coragem para sobreviver. Que outros vivam (ou sobrevivam) por ti!)

 

 

Catarina Portela

 

Eu / Vocês

 

 

Deixem-me crescer, pegar no papel e vencer. Trazer na caneta o entusiasmo, e apunhalar as palavras numa mente de experiencias.

Deixem-me desejar mais que palavras, acções, mais que um emprego ou dois.

Deixem-me fazer o que gosto estar como quero e com quem quero. Deixei-me gritar, tomar comprimidos quando me apetece (que é quase sempre quando preciso…)

Deixem-me procurar a harmonia nos obstáculos da vida, acorrentar-me a quem quer crescer comigo.

 

Não me acompanhas? Tenho pena! Por ti, sim… porque te acomodas ou será que é inveja minha, por não precisares?

 

Eu preciso, preciso sim… da satisfação de Ser alguém, de me sentir alguém, de ser procurada por alguém.

 

Dai-me valor, pelo sorriso que tantas vezes dou quando me apetece fugir. Dai-me valor, não porque falsamente vos digo que sou feliz, mas porque faço com que esses vossos minutos sejam agradáveis…

 

Dai-me valor, porque nem sempre é fácil sorrir quando se quer chorar. Nem sempre é fácil continuar, quando se quer parar. Nem sempre é fácil calar a mente, quando ela não me deixa parar.

 

O tédio aparece para Eu pensar que sou Mais.

Mais forte

Mais atenta

Mais mulher

Mais bonita

Mais profissional

Mais perfeita…

Em tudo o que sou e faço, de perfeito tenho apenas algo…

EU

 

Eu, que sou como vocês me adoram, ou sou apenas como me odeiam. No entanto se Eu não fosse ninguém, talvez vocês não sentissem … tanto quanto sentem…

Quando me vêem

Quando me falam

Quando me lêem

Quando agarram as minhas imagens

Quando somente me calo…

 

Não vos peço que sejam como eu…

Mas sejam mais… Vocês!

A Caixa - História de Vida

 

Estou trancada numa caixa, presa durante o imenso dia, apagada durante a noite. Não há vento que me derrube. Os meus pés estão somente colados ao chão!

Estou bem… Estou bem, aqui neste mundo sem janelas! Estou bem, sem saber se chove ou se está sol! Estou bem quando ouço, lá fora, os risos a entoar, e fazem eco ao longo das intermináveis horas.

O relógio não existe, mas existe aquele beijo de despedida, aquele abraço apertado, aquela voz atrás do telemóvel que repete, vezes sem conta, o quanto me ama, o quanto confia em mim, o quanto sente saudades minhas.

Existe, ou não…

Existe aquele sonho, de abrir a caixa e ver se o céu é assim tão azul, se a lua é assim tão redonda, se a noite é assim tão escura.

Existe aquele sonho em que tu chegas, pegas-me pela mão e os meus pés andam, como se o fizesse sempre… Tu sorris, e perguntas porque estou ali sozinha. Eu olho o chão e digo-te que gosto… Gosto do vazio que sou, do vazio que sinto!

 

Incrédulo pensar que para te amar tenho que sentir que estou bem, sem nada, sem ninguém.

Amar é ter tudo, fazer tudo, dizer tudo, brincar tudo, chorar tudo, ultrapassar tudo!

O Tudo é o limite, e o limite não existe… Reconstrói-se todos os dias!

 

Mas aquela dor… É uma dor que mora na caixa. Mas a caixa não sou eu!

Eu existo, assim como tu! Eu luto, assim como tu!

Luto para te ter…Luto para ser mais contigo…Luto para te sentir comigo…

Para lutar, eu não preciso de ti, nem da caixa, nem do eco das vozes.

Preciso só dessa dor enfiada na caixa!

 

O meu castigo é a distancia…

E nem a distancia é culpa minha…

 

(História de vida de Neuza - nome ficticio)

 

 

Felicidades

O amor nasce no olhar intenso, no toque mágico, no abraço que dura para sempre.

O amor nasce, na palavra que não esperas ouvir, no sorriso que cresce sem se pedir, nas lágrimas de felicidade, num grito de necessidade, na mão que chega antes de pedir.

O amor é eterno, quando pronuncias “aceito”.

Quando prometes a vida.

Quando sabes que para a união, bastam dois corações apaixonados, amantes, conscientes da responsabilidade do “sempre”.

 

Amar é seres de alguém, sem teres que pedir!

Amar é sentires alguém, quando ele não está!

 

Quando tudo isto de funde, e os Amigos ficam ofuscados com a cumplicidade, nada resta senão desejar que o nosso amor seja assim. Cheio de certezas, de projectos, de ambições, de sorrisos largos, de olhares, que sem falar, dizem tudo o que desejávamos ouvir…

 

A Nós, amigos de sempre, só resta dizer, um "Até breve", que a vossa felicidade seja eterna, como vocês são em nossos corações… Eternos…

 

 

Catarina Portela

 

texto pedido pela Dani :) Ideal para completar a prenda dos noivos...

O vento te leva... - História de Vida de Marcus

 

 

 

 

O vento te leva…

 

As pessoas são de facto Insubstituíveis.

Inesquecíveis!

Não há ninguém quem preencha o espaço

este espaço meu.

Somos únicos. Eramos Únicos.

 

Alguém aparece, e possivelmente pode ocupar esse lugar.

Mas não da mesma forma.

Porque o brilho do olhar é diferente,

porque aquela mente é única,

porque aquele jeito de ser é singular,

porque aquela forma de chegar até ti era de facto,

Especial…

 

A dor não vem porque te foste embora,

mas sim porque já não estás aqui.

A dor não é por não falares,

é porque já não me podes ouvir…

A dor não me mata,

nem me torna mais forte. 

A dor, só me faz crescer.

 

Cresço, mas nem bem, nem mal.

Cresço somente, sem ti.

Como se o tivesse de o fazer, por Nós…

 

Esta dor não desaparece,

não se vai embora.

Por mais abraços,

por mais carinho que receba,

por mais apoio

e por mais pessoas que tentem compensar

esse inferno vazio.

 

Arde no interior da tua mente,

não sabes sequer, como parar aquelas lágrimas,

aquela revolta…

Tão tua, tão de ninguém!

 

Quando alguém vai embora da tua vida,

e sabes que é para sempre,

bate a saudade, uma saudade eterna.

 

Primeiro choras, nem que seja baixinho.

Depois limpas as lágrimas para enfrentar o mundo,

aparece alguém que as faz cair, sem falar.

Essa saudade bate com pequenas palavras,

com pequenos gestos que os outros fazem,

e sem intenção,

são memórias de quem já partiu.

 

Bate à porta a injustiça,

a fraqueza,

a cobardia.

No entanto que culpa é que temos,

de nos acharmos desamparados?

E estamos…

Provavelmente estaremos sempre…

 

Ninguém te pode substituir.

Assim como eu já não posso dizer,

 olhos nos olhos,

o quanto te Amo.

Assim como eu já não te posso dizer,

Adeus…

 

Quando estas palavras não se dizem no momento certo,

o vento leva-as.

Não espera por ti!

 

Porque haveria de esperar?

 

O tempo, são meros segundos,

que passam, até a vida terminar.

 

Isto não significa que não vale a pena viver…

Significa que a vida tem mais valor

do que cada um de Nós lhe dá...

 

 

Até sempre…

 

 

 

 

Texto de Catarina Portela

 

Texto inspirado na historia de vida de Marcus. Alguém que não teve tempo de dizer Adeus

 Marcus descobriu que a namorada tinha um tumor no cerebro.

No dia da cirurgia não teve coragem de ir ao hospital.

No dia seguinte lá foi, e era tarde demais.

A sua namorada, faleceu, por complicações na cirurgia...

 

 

 

Esta é uma data com significado especial para mim. 4 anos passaram desde que o meu Pai faleceu.

E já não me resta nada para dizer.

Não porque já não dói.

Mas sim porque já não encontro mais palavras para aquela dor que é só uma, e que já a descrevi de tantas formas.

Hoje resta-me reconhecer essa dor nos outros, que é tão minha...

 

A dor de quem quer um pedaço seu.

Ate sempre, Pai.

 

O Destaque da Sapo

 

Após Anos e Anos e Anos a escrever, no meio de milhões e milhões de Blogs, eis que a SAPO me encontra e me coloca em DESTAQUE :) No meio de tantos blogs que já fiz, foi aquele que menos escrevo que mereceu o Destaque!!! Foi o de poesia...

 

http://pedacosmeus.blogs.sapo.pt/ - PEDAÇOS MEUS

 

A vida surpeende-me, e a Sapo também! :) :) :)

 

Obrigado Sapo.

 

destaque da sapo

Uns segundos para te dizer que te Amo

 

Todo o Pai, começa por ser uma autoridade irrepreensível. Uma ordem que se venera e não se confronta. Pai começa por ser, uma paixão respeitada, uma voz rouca com um pedaço de Nós.

O tempo torna-nos expressivos e manifestadores de uma vontade, que nem sempre é a vontade de quem nos ama. As discussões nascem, e a sensação de incompreensão permanece na mente jovem.

Quando de Jovem já pouco sobra, nasce o orgulho. Um encantamento que resulta da experiencia e da razão que o Pai trazia sempre consigo. Nasce um laço eterno e inquebrável de conforto e sensação de Amor inabalável.

Pai, é muito mais que um amigo. Pai é teu, é só um, é verdadeiro, e leal a tudo o que te fará melhor.

Pai é terno, brincalhão, descontraído, preocupado, consciente e definido. Tudo porque, a partir do momento em que Nós lhes caímos nos braços, o Pai cresceu mais um pouco. O Pai tornou-se finalmente Homem na sua essência mais profunda.

Nós, filhos, somos a metamorfose mais marcada do Amor. Somos a certeza de que alguém luta, alguém vive para nos agradar, para nos fazer feliz.

No entanto ao Pai, só lhe damos o valor merecido, quando de facto ele já não está cá!

Até esse momento chegar, parece sempre que temos uma vida inteira para refazer laços, parece que temos uma vida inteira para lhe dizer que o amamos, parece que temos uma vida inteira para fazer tudo por ele, parece que temos uma vida inteira para recuperar o tempo em que gastamos em momentos fúteis.

No entanto, há um dia em que a consciência nos diz que o mundo evolui rápido, e que não existem horas, ou dias, ou meses, ou anos…

A vida são só uns segundos, segundos que não se refazem…

Apenas desaparecem…

 

No dia 19 de Março, para além da prenda, da visita, do bolo, do jantar, do beijo, espero que lhe digam a palavra que realmente importa. É profunda mas ao mesmo tempo é verdadeiramente valiosa. Digam somente, olhos nos olhos, que o Amam, e que sempre o vão Amar.

Porque Pai há somente um, e certamente que se iram arrepender se não lhe der uns segundos da sua Vida.

A mim resta-me comprar mais um ramo de flores (que ele não pode cheirar!) acompanhado por uma vela (que ele não pode ver!) e dizer de rosto caído postos no chão, que o Amo, e que me arrependo seriamente de não o ter dito enquanto ele ainda o podia ouvir…

Feliz dia do Pai.

 

 

 

Sou e Serei - História de vida de Tânia

 



 

Separação sem jeito, que por defeito meu, nos arrancou um pedaço nosso.

Não, não me peças para escolher, entre ti e o mundo!

Não me peças para viver contigo, de uma forma solitária, ou então sorrir com o mundo completamente vazia.

Quero a conformidade entre ambas as perfeições. Quero o Sol e a Lua, o Céu e o Mar. Quero o doce e o amargo, o leve e o pesado fardo.

Quero, quero sim! Mas por inteiro, sem porquês, sem questões, sem confusões!

 

O amor, não se questiona, não se deforma, não se pede, não se abandona!

O amor não se rasga, não se separa, não se fere.

Para quê aguilhoar-me a ti, prender-me sem dó, num quadro estático, que não te sorri, não grita, não te olha, nem te toca com felicidade?

Para que amarrar-me às palavras negras, escritas num papel limpo, decalcadas a caneta vermelha?

 Para quê se te amo da mesma forma, com todos os defeitos que me definem como tua.

 

Sim Tua!

Tua contigo, Tua sem ti!

Tua quando me cortas a alma, quando me criticas.

Tua quando me beijas, quando me desejas!

 

Sou e serei, a liberdade inexplorada, a mulher de quem me aceitar em coração, a criança que mora no momento eterno da simplicidade desprendida.

Sou e serei a voz que não se cansa, e não se separa, de quem nunca a abandonou.

Sou e serei, incompleta. Tudo porque não me amas a ponto de me aceitares…

 

Amar não é um campo coberto de trigo.

Amar, são hectares de rosas cheias de espinhos…

Muitos abandonam a beleza por não saberem a melhor forma de a tornar eterna!

Tudo seria tão fácil, se juntamente com as qualidades, amasses também os meus defeitos…

 

Catarina Portela

Texto inspirado na história de vida de Tânia (nome fictício).

 

 

Arco - Íris

 

 

 

Um sorriso rasgado perpetua mais tempo do que seria esperado.

Isto não significa que te tenha esquecido, significa só, que já não dói quando me lembro de ti.

Quando ouço a tua voz, tudo o resto é barulho de fundo.

O coração aperta como se nervosa estivesse, mas a minha voz já não treme, e o olhar já se prende, sem o rosto corar…

 

Por detrás de uma palavra que toca no coração, existe o muro que nos separou. Já não se trepam árvores, nem se remam pelos rios atribulados.

Agora só se vêem barcos a passar. Cada um de nós observa, só que de margens do rio, diferentes.

 

O rio corre, o barco desce o rio, e eis que o olhar se cruza:

- É ele!

-É ela!

 

Mais um sorriso nasce do nada.

A mão levanta, e sacode-se, como se desenhasse insistentemente aquele arco-íris que reinou nas nossas vidas,

Da outra margem, o movimento repete-se…

 

Um volta as costas, com a sensação de dever cumprido…

O outro ainda lança um beijo, que já não foi visto.

Baixa a cabeça, e volta-se a sentar.

No som calado do pôr-do-sol, ouve-se um suspiro…

 

 

Saber Amar

 

Amar não é a ansiedade de estar.

Amar não são as flores que recebes ou ofereces.

Amar não são os beijos do adeus.

Amar não são as promessas do amanha.

 

Amar não é quando me procuras, quando corres até mim.

Amar não são os quilómetros que fazes até chegares, ou o esforço de te levantares para me ver.

Amar não são jóias, nem jantares, nem sequer os olhares que se trocam sem palavras. Amar, não é tocares-me de forma quente.

Amar, não é dizer que me amas.

 

Amar é saber esperar, são pequenos gestos de afecto, sem qualquer desejo de impressionar. É dar sem desejar receber.

Dar porque o seu coração pede, e não por ser o Dia de oferecer.

É o orgulho de permanecer.

Amar são os Beijos de Bom dia, e as conversas do dia a dia.

 

Amar é encontrares-me sem eu desaparecer, não ter que correr.

Afinal, quem ama, não vai embora, e para quê correr se estamos tão perto?!

Amar, é viver em conjunto, à frente das qualidades, atrás dos defeitos…

Amar é deixar o egoísmo.

Amar é guardar um pouco de mim, para deixar um local para maior para o Nós.

Amar, não são saudades. Saudades existem quando alguém parte. No amor há duas pessoas, nenhuma pode partir, pois o amor vai-se embora nesse instante…

Amar é sentir sempre a sua presença, mesmo que ausente.

 

Amar é seres meu sem saberes.

É eu ser tua, sem duvidar.

Amor é para todos.

Saber amar, é só para alguns.

 

Sou mais, sem ti! - História de Vida de Cristina

 

 

Olho as fotografias gastas, que se guardam naquelas gavetas que nunca se abrem. Os teus olhos são doces, carregados de uma expressão que te caracteriza e dá vida àquele momento preso.

Lembram-se os olhares quentes, as mãos firmes de certezas, os beijos cobertos de promessas. Ensejo enamorado, dolorosamente terminado.

Lembram-se as vozes de um anjo que trazia, entre penas brancas e macias, a mensagem que eu tanto ansiava. Mas aquele cupido estancou-me a dor, com uma seta envenenada. Nada do que prometia se concretizava.

 

Cai uma lágrima pelas recordações. Por todas as vezes que ficas-te no meu coração, e por todas as vezes que o destroçaste.

 

A culpa não são dos Deuses em que acreditei, a culpa não é do anjo falso, nem das palavras meigas que me amenizavam a dor.

A culpa é minha, por acreditar que o céu era meu, sem nunca me teres levado até ele.

A culpa é minha, por te deixar livre em meu coração, por deixar alastrar metástases perigosas e letais, até que a minha mente já não pensava, já não sorria… Apenas sofria…

A culpa é minha, porque me dou, sem receber!

Porque amo, sem ser amada!

Porque quero, sem ser verdadeiramente desejada!

 

Hoje sei, que tudo o que foste, já não És.

Tudo o que éramos, já não existe.

Tudo o que resta, são memórias.

Estas memórias existem, para que eu de lembre de pessoas como tu!

 

Pessoas que não existem para nos fazer feliz, para nos amar, para nos fazer sorrir.

Existem só para falar de nós baixinho, apontar no meio da rua, e rir de nós quando não nos podemos defender.

Existem para pensar pela cabeça de outros, sem ter vontade própria.

Existem para nos tornar mais fortes, mais conscientes, e mais mulheres.

 

Existem pessoas como tu, para que eu me lembre, que sou mais!!!

Sou muito mais, sem ti!

 

Catarina Portela

 

Este texto foi baseado na História de Vida de Cristina.

 


 

 

Cristina é uma Jovem, cansada de um rapaz que nunca mais se decide. Tanto a ama, como a deixa sem explicãção. Vem quando lhe apetece, quando se sente só, quando não sofre influências...
Quantos rapazes, homens, e menos homens, não existem com estas caracteristicas?
Mais do que se pensa... Bem mais!