ALEGRIA
Peguei em lápis de cor, e dei mais vida à minha folha de papel. Carreguei nos vermelhos das flores, no amarelo do Sol, no azul do Céu, no verde dos campos.
Tudo deixou de ser cinzento. Para cinzento, já basta a vida!
Tu apareceste, e trouxeste até mim uma Tela, tão grande, tão grande, que podíamos morar lá dentro.
Uma espécie de cubo, e por mais pálido e estranho que fosse, era somente nosso.
Pegamos em pincéis enormes, do tamanho do nosso coração, e pintamos ali mesmo o arco-íris da nossa alegria.
Ás vezes aqueles tons cinza aparecem, como se alguém por distracção lhe roubasse a tonalidade, fazendo da nossa vida, uma Tela a preto e branco.
A vida não precisa de ser, estranhamente do mesmo tom.
Felizmente eu olho ao meu lado e vejo-te. A alegria aparece!
Esta alegria não vem para ficar. É como aquele mar que pintamos cheio de ondas que não são reais.
As verdadeiras ondas, vêm e vão, assim como a alegria que me trazes.
Por mais que esta não seja uma constante, preciso dela.
Preciso dela como preciso de ti, porque sem ti a vida não tem cor, e a alegria perde-se, até uma nova maré. Nessa nova maré, trazes sempre uma nova cor. Que perdura o tempo suficiente para fazer de mim, mais feliz.
Catarina Portela