Esperei-te, no Horizonte.
Proclamo a minha razão de declamar o teu nome sem te pedir permissão. Anda, caminha até mim! Depressa, antes que o vento te leve. Depressa antes que a chuva te molhe. Depressa antes que o véu caía e eu só veja em ti, o mesmo que em todos os demais.
Agarra-me enquanto sonho. Eleva-me enquanto posso. Prende-me lá no alto e deixa-me corromper em fantasias.
Não tires a mascara.
Não mostres o rosto. …
Ainda não foste embora? Porque ficas?
Vejo-te despido de preconceitos, de etiquetas e manias. Vejo-te a sorrir, ouvi-te a chorar, abracei-te e ali ficamos, a contemplar o que somos.
Em silêncio descubro olhares que me fazem suspirar durante o dia, e que me inquietam durante a noite. Em silêncio te aproximas. Em silêncio dizes que vais.
Não pergunto se voltas…
Só vais voltar se o desejares. E o vazio das palavras disse-me que ainda deixas-te muito por dizer.
Eu espero.
Onde?
Perto do céu. Sentada na linha do horizonte, a ver-te chegar de barco. Fazes cócegas quando remas em meu sentido. E ficam cada vez mais intensas. Chegas quando o sol se foi. Quando as estrelas não dizem nada, e a lua nos escuta.
É calado que te vou conhecendo. Todo o resto do que és, é apenas complemento da vida, por isso te ouço, quando mais ninguém fala, quando mais ninguém está.
É nessa hora que és meu sem ninguém. É nesse momento que és mais do que desejei.
Os Deuses perguntam: -Quem os Uniu?
Esconde-se o Destino, debaixo da palavra que tudo disse, e do olhar que me agarrou para sempre.
Olhou-me ao longe, sorriu levemente como quem se despede com um "até breve".
Nos seus lábios consegui ler...
"Não encontras melhor"
Em verdade consenti, "o melhor" não é o que o mundo escolhe por mim, ou Deus, ou o Destino.
O Melhor, só eu posso escolher.