Meu
Tu és aquele que vai, sem sair do meu coração. Aquele que aparece, como se nunca tivesse ido. És aquele que dorme inquieto em meus braços, à espera que a mansidão se confunda com o teu Ser.
És ameno em palavras, arrebatado em gestos. Intenso com a vida, apagado em esboços. Aquele que não tenta, não vai, não quer, porque não precisa, porque tudo nasce, tudo acontece… Tudo se faz, antes de se pensar que podia estar feito.
Agarras a minha mente quando esta não aguenta mais. Pressionas tudo o que tenho, tornando-me em tudo o que Sou.
Sou porque És. Sou porque me encontrei contigo. Sou porque me olhas como se tivéssemos nascido juntos. És porque sempre foste, e sempre serás, tu mesmo.
Não te conquistei, mudando-te. Conquistei, mudando-me. Descobri-me sem que estivesse realmente perdida.
Dás-me a mão, estando a sós. Beijas-me quando ninguém vê. Tímido de sentimentos, destreza de pensamentos. Ofuscas-me com a tua exuberância de Ser, de estar, de comunicar. Não me amas diante de todos os olhos, não me queres perante todos os seres. Guardas a magia só para nós. Não sei porquê…
Apenas sei o que sinto, quando és deveras, meu…