No fim, entregar-te ao de sempre, para sempre...

Numa caixa de papel antigo, estavam gravadas a caneta, palavras românticas de corações que prometiam amor sem fim. Frases meigas e sinceras de artistas plásticos e poetas que demonstravam em desenhos e juras, os sentimentos que guardavam, mas não diziam.
Vasculhei memórias de ternura e loucura, do tempo em que nada fazia mal. Tão louco aquele sentimento, que não se consegue explicar porque é efémero, mas isso não significa que não existiu. São loucuras, loucuras de criança…
Ainda há loucuras que se repetem por entre o mundo dos adultos. Crianças que apesar de grandes, não sabem o que desejam, e morrem de medo de enfrentar consequências, e matam-se de vergonha por serem incapazes de lutar.
Ainda há desejos que vivem escondidos, e sentimentos que ficam perdidos num céu que tinha tudo para ao anoitecer, brilhar com as estrelas.
Ainda há homens e mulheres que não viveram o suficiente, para saberem que, por vezes, é preciso errar, perdoar, dar a oportunidade a quem deseja mudar.
Enganem-se todos aqueles que pensam, que qualquer alma será capaz de viver consigo. Enganem-se porque existem pessoas que jamais se deviam ter cruzado…
As mentes não se encontram, a vontade de mudar não abandona.
É tempo de dizer Adeus.
Cegos são os que vivem olhando para o lado, pensando que os outros tem mais para oferecer. "Quem não sabe, é como quem não vê..."
Que haverá mais para ofertar, do que o desejo de permanecer para sempre ao nosso lado? Nada… Nada é mais valioso.
Olhar para tudo e todos, sentir desejos, vontades, sabores. No fim, entregar-te ao de sempre, para sempre, e como sempre desejas-te.