Estás?
Interessa-me saber porque ficas. Interessa-me saber porque te agarras a mim para sempre. Interessa-me quando sei que a alma não te move, e quando o comodismo se apoderou num sítio a que chamo, cedo demais.
Interessa-me saber como estás, como vives assim comigo. Como te sentes quando entras em casa e me vês, como sentes quando vais e me deixas sozinha.
Interessa-me saber dos teus silêncios e de tudo o que faltou dizer.
É um mundo sem cor, aquele a que chamas o teu primeiro lar. Vai-se pintando à medida que a relação amadurece, ou então desmoronam-se paredes com o seu desgaste.
Bom era, saber se ficas quando sentes que o mundo está a ruir.
Bom era, saber se estás comigo porque sentes que me amas, e não só porque gritas ao longe um “Preciso de ti”.
Precisar é diferente de amar. E não mais ouvi de ti um “Eu gosto de ti” como da primeira vez.
Daquela vez em que larguei tudo para me entregar em teus braços.
O compasso entre ser feliz e parecer feliz, é próximo, tão próximo que o homem confunde a felicidade, com o não-estar-triste.
Assim se fazem vidas, assim se destroem vidas.