Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Provavelmente...

 

 
- Tu tens valor! – Repetia ela, vezes sem conta, para se esquecer naquilo em que se transformou. Assim que deixou a vida tomar conta dela, em vez de ela tomar conta da sua vida, deixou também de conseguir viver com ela própria.
Era uma oposição contra o espelho. Doloroso, quando se olha e já não se encontra.
 
Ela era tudo para alguns, nada para outros. E na maioria das vezes sabia que era Tudo e Nada para a mesma pessoa, pena é que normalmente, eram essas as pessoas que Ela mais gostava.
Dia sim, dia não, achava que tinha valor. Dia sim, dia não, chorava por não poder voltar atrás, dia sim, dia não, culpava-o pelos erros que ela própria tinha cometido. Culpava-o, culpava-o, culpava-o!
 
Era uma crescente montanha russa, todos os seus últimos anos a colocaram confusa e perdida, mas sempre afirmou saber o que queria. E na verdade, ela sabia mesmo o que desejava para si. A Felicidade plena, ou seja, tudo aquilo que cada um de nós deseja. Só não sabia, onde e como a encontrar.
 
A verdade, é que nada é seguro na sua vida, nada é claro. Não há nada que a faça levantar de manhã, e ter certezas de que este é o caminho certo. Recua, avança. Recua, avança.
Agarra-se ao que tem, ao que não tem, e dá paços na corda fina e instável da vida.
Forçada pela mente a continuar a desfazer a imagem que criou de si mesma, ansiosa por apagar momentos que ainda hoje sabe que a vai prejudicar para o resto de seus dias… Assim vive ela…
 
Tem consciência que tudo o que fez, tiveram consequências, e ela assume a sua culpa, só não aceita que o tenha feito.
O consciente dela acredita, que existe alguém diferente no mesmo corpo, que se manifestou nas épocas de crise.
É como os monstros que nos assombram em criança, que nunca os vemos, mas temos medo deles. Assim ela vivia, com medo dela própria.
 
E dói, dói ver que ninguém lhe dá os parabéns pela luta, ver que ninguém a levanta quando ela cai, ver que ninguém lhe diz:
- Estou orgulhoso da pessoa que és.
 
Provavelmente quem diria, já se foi.
Provavelmente…



11 comentários

Comentar post