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Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Aceita pelos defeitos, não pelas qualidades!

 

 

O segredo de saber viver, está guardado na alegria próxima da perfeição. Na aceitação das dificuldades, no sentido que damos aos que nos rodeiam, e nas pessoas que escolhemos para estarem ao nosso lado.

Não escolham nunca, o vosso par, pelas qualidades. As qualidades ficam omitidas, confundem a mente, tiram nitidez ao intelecto, partem ao mesmo tempo que a paixão.

Há defeitos que jamais aceitarás, e as qualidades são sempre aceites. Escolhe-o pelos defeitos, por todas as imperfeições que suportas, e que pensas ser capaz aguentar.
Felizmente existem pessoas, que olham para nós e não vêem defeitos nem procuram qualidades. Olham-te como um todo. Um Ser único que prima pela diferença, e pela capacidade de encantar, sem sequer se preocuparem com o motivo.
Aqui se centra a essência do Ser Humano. Saber ver a diferença e aceita-la. Gostar de todas as particularidades a que chamamos de acne, gordura, mania, falta de modéstia, inveja, ganância, falta de carisma…
Tudo o que gostas é passível de ser amado, tudo o que reprovas, também.
 
 
(pedaço de um livro meu, quem ainda nem vai a meio ;) )

 

Tenho Saudades...

 

 
Tenho saudades do tempo que me olhavas e sentias a minha falta. Do tempo que me ouvias e analisavas cada gesto meu. Tenho saudades das longas conversas e dos passeios sem fim, que continuam inacabados. Saudades dos sorrisos, e pequenas malandrices, do olhar sereno, e das frases caladas.
Tenho saudades daquele tempo em que te esforçavas para contar os teus pequenos problemas, e todos os pormenores da tua vida. Tudo em torno de um coração tão teu, tão de ninguém…
 
Não estava lá, para ser desejava, para ser tocada, nem sequer para ser amada. Acontecia voluntariamente. Partíamos solitariamente.
Eternas são as letras que ficaram para quem as quisesse ler, os traços em papel que diziam cada sentimento teu, e se uniam em mim para durar.
 
Eternas as calçadas do passeio, as noites escondidas, perdidas, em que ninguém nos encontrava, onde se marcavam abraços apertados, e se ocultava o medo de um beijo.
Eterno é aquele vento que me arrancava cabelos, e te faziam cócegas. Assim como as promessas no silêncio da noite, perto das nuvens, de cantarmos até que as vozes ficassem roucas.
 
Tenho saudades da inocência da felicidade sem que existisse obrigação de amar, apaixonar, ou sequer de um gostar.
Sinto falta do sorriso que me arrancavas, e da preocupação que se notava quando desejavas ajudar.
Tudo isto já vai longe, já faz parte da memória não esquecida, que marca e dói pela falta que faz, e pelo bem que naquele momento fez.
 
Tenho saudades de ti, naquele dia, já longe…


 

A vida das Divisas

 

 

Correram loucas as "ainda crianças", rastejaram no chão, comeram terra, e adormeciam de corpo magoado. Ouviam-se lágrimas por entre a noite, e desesperos em todo o dia. Onde a camaradagem lhes servia de estimulo, onde a frieza atroz lhe tirava o sorriso.
Assim mudam de rosto, os meninos do mundo que escolhem defender a pátria.
 
Mudam de atitude, moldam-se à dor. Aprendem a não sentir, a deitar fora, os sentimentos melancólicos. A vida jamais será a mesma. E eles? Eles também…
Chamam-lhe crescimento, eu ainda hoje lhe chamo decrescer.
 
O coração molda-se à vida, que lhes ensina que não podem prender-se a ninguém. Porque na guerra do mundo, não há amor que resista, mas também não há força que os coloque a combater, maior que o amor que recebem mal entram em casa.
 
Choram nos quartos que o Estado pagou, as mulheres que os escolhem e aprendem a viver com a “quase indiferença”.
Calam-se por entre gestos bruscos, e frases firmes. Perdem a noções do Ser Humano, e do sabor de viver, sem sobreviver.
Compreensível é a constante dor que os move, pois apenas são chamados a recorrer aos problemas que são de todos. Ouvem discussões, separam casais, disparam e criam a morte, esmagam a vida humana, e no fim, exaltam a profissão. A única coisa que lhes resta da vida. Umas simples divisas…
 
Muitos reparam tarde, que aquela forma de vida, é incapaz de os completar. Colocam um fim à vida, pelo tempo em que a sua vida não valeu a pena.
São homens e mulheres de força, com capacidades para aguentarem todas as pressões possíveis. Menos as suas...
 
Cresceram, escondendo a dor e as lágrimas. E morrem arrependidos com a distância, que os ensinam a não ser de ninguém.
São olhares frios, perdidos no mundo de nada, olhando problemas de todos.
 
Este são os homens e mulheres que o mundo cria, para defender a pátria.
Não compatível, com quem desejar viver o Amor em pleno.
 
Mas será que alguém o vive?!
 
 
(Texto de opinião. Existem profissões que devem ser uma prioridade de vida, mas que impedem outros de serem uma prioridade. Geram-se conflitos... muitas vezes com eles próprios...
A profissão, é mais importante para a nossa realização pessoal, do que se imagina. Tarde se percebe se a escolha foi certa, ou errada...)

Estás?

 

Interessa-me saber porque ficas. Interessa-me saber porque te agarras a mim para sempre. Interessa-me quando sei que a alma não te move, e quando o comodismo se apoderou num sítio a que chamo, cedo demais.
Interessa-me saber como estás, como vives assim comigo. Como te sentes quando entras em casa e me vês, como sentes quando vais e me deixas sozinha.
Interessa-me saber dos teus silêncios e de tudo o que faltou dizer.
 
É um mundo sem cor, aquele a que chamas o teu primeiro lar. Vai-se pintando à medida que a relação amadurece, ou então desmoronam-se paredes com o seu desgaste.
Bom era, saber se ficas quando sentes que o mundo está a ruir.
Bom era, saber se estás comigo porque sentes que me amas, e não só porque gritas ao longe um “Preciso de ti”.
Precisar é diferente de amar. E não mais ouvi de ti um “Eu gosto de ti” como da primeira vez.
Daquela vez em que larguei tudo para me entregar em teus braços.
 
O compasso entre ser feliz e parecer feliz, é próximo, tão próximo que o homem confunde a felicidade, com o não-estar-triste.
Assim se fazem vidas, assim se destroem vidas.

Provavelmente...

 

 
- Tu tens valor! – Repetia ela, vezes sem conta, para se esquecer naquilo em que se transformou. Assim que deixou a vida tomar conta dela, em vez de ela tomar conta da sua vida, deixou também de conseguir viver com ela própria.
Era uma oposição contra o espelho. Doloroso, quando se olha e já não se encontra.
 
Ela era tudo para alguns, nada para outros. E na maioria das vezes sabia que era Tudo e Nada para a mesma pessoa, pena é que normalmente, eram essas as pessoas que Ela mais gostava.
Dia sim, dia não, achava que tinha valor. Dia sim, dia não, chorava por não poder voltar atrás, dia sim, dia não, culpava-o pelos erros que ela própria tinha cometido. Culpava-o, culpava-o, culpava-o!
 
Era uma crescente montanha russa, todos os seus últimos anos a colocaram confusa e perdida, mas sempre afirmou saber o que queria. E na verdade, ela sabia mesmo o que desejava para si. A Felicidade plena, ou seja, tudo aquilo que cada um de nós deseja. Só não sabia, onde e como a encontrar.
 
A verdade, é que nada é seguro na sua vida, nada é claro. Não há nada que a faça levantar de manhã, e ter certezas de que este é o caminho certo. Recua, avança. Recua, avança.
Agarra-se ao que tem, ao que não tem, e dá paços na corda fina e instável da vida.
Forçada pela mente a continuar a desfazer a imagem que criou de si mesma, ansiosa por apagar momentos que ainda hoje sabe que a vai prejudicar para o resto de seus dias… Assim vive ela…
 
Tem consciência que tudo o que fez, tiveram consequências, e ela assume a sua culpa, só não aceita que o tenha feito.
O consciente dela acredita, que existe alguém diferente no mesmo corpo, que se manifestou nas épocas de crise.
É como os monstros que nos assombram em criança, que nunca os vemos, mas temos medo deles. Assim ela vivia, com medo dela própria.
 
E dói, dói ver que ninguém lhe dá os parabéns pela luta, ver que ninguém a levanta quando ela cai, ver que ninguém lhe diz:
- Estou orgulhoso da pessoa que és.
 
Provavelmente quem diria, já se foi.
Provavelmente…



Saber Lutar.

 

 
Queria ir, e não fui. Queria que pegasses em mim, e deixei-te ir. Queria que te tornasses meigo, e foste distante. Pedi-te, entre lágrimas, uma saída, e permaneces-te num mundo teu, falando de soluções possíveis como se estivesses do outro lado do oceano.
 
Entende que não fico se sinto que não queres que fique, soltei-me de ti.
Pediste entre olhar que te mostrasse frieza, e te abandonasse para que não tivéssemos que lutar.
 
Pedis-te, quando sussurraste baixinho, que te deixasse voar. E mesmo sabendo que serás feliz com qualquer pessoa que te dê brilho no olhar, fico triste por saber que nem todas, sabem despertar o auge das qualidades que se escondem em palavras que não dizes.
 
Porque enquanto pensavas, hesitavas. Enquanto não falavas, desistias.
Enquanto tentavas perceber o que Eu era, não descobrias o que eras para mim.
Só sabias o que querias, como querias, onde querias.
Querias Tu, era saber com quem…
 
 
Nem todos somos guerreiros, nem todos estamos dispostos combater, a caminhar no mesmo caminho… Porque haveria eu de te dar a mão, se tu não entregavas o coração?
Felicidade implica combate, quem se esconde à espera que a guerra acabe perde o brilho e as noções da guerra.
 
A luta maior é sempre a que travas contra ti próprio, desistir, destroi pedaços nossos, que nos envolve de forma marcante fazendo de nós menos do que eramos, e mais , devido à aprendizagem que se edifica com a dor e com a solidão.
 
Há quem nunca lute, há quem lute mais tarde, e há quem lute, tarde demais.