Não Estás, porque não me amas? (Parte IV - Fim)
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e
Não é o Dr. que faz de ti melhor. Não é o Sr. agente que faz de ti especial. Não é o Eng. que te torna respeitável, nem Juiz te torna mais correcto.
Não há, não deve, nem pode haver distinção entre os Homens.
Porque o Doutor faz o seu trabalho como o trolha faz o seu.
Porque o Sr. Agente completa o seu serviço como qualquer vendedor de loja.
Porque o Sr. Eng. faz tanta falta como o varredor de ruas
Porque o Sr. Juiz não tem mais valor que um desempregado
E por si só, não deve ser mais respeitado.
Todo o seu percurso de vida foi para manter uma posição, quando apenas deveria ser uma ocupação e a forma de sustento, tão digna de ser louvada, como qualquer outra.
De facto há alturas em que todos os esforços para a igualdade de direitos e deveres parecem inúteis, pois relembram-nos que no mundo, os direitos são de classes à parte, e os deveres de todos os que consideram inferiores.
É um racismo hipócrita, aquele que nos difere, e é de louvar todos os que conservam a simplicidade e a dignidade de reconhecer que todos somos necessários.
Exalto de alegria sempre que vejo humildade dos que caminham em grandes degraus, e descem esses mesmos, para que os vejas da mesma forma…
Cada vez é mais difícil ver o Homem a tentar o equilíbrio, porque a diferença passou a ser aclamada de necessária. O mundo não pode travar a ignorância dos Sábios, e a inteligência dos Analfabetos.
Os papéis invertem-se…
As palavras confundem-se…
As Acções não se vêem…
A maturidade perde-se…
Tudo se mistura na insignificância do Ser.
Dizer Adeus a quem gostamos está para além das nossas capacidades.
Sentir aquela dor forte que nos paralisa, que nos tira todas as forças. As lágrimas e gritos de agonia. Os dias em almofadas molhadas, o vazio eterno não só da alma, como do espaço. Querer falar e não poder, querer soltar a raiva, sem saber onde. Amarrar o ódio da injustiça num baú e fecha-lo para sempre, para que o coração nunca soubesse de tal sujidade.
Dizer Adeus é incerto… Porque nunca se sabe quando estás de facto pronto para o pronunciar, e para o concluir. Talvez porque nunca se fica apto, apenas sai da boca, ou é forçado pela mente. Afinal, o adeus é aleatório, e a mente somente acompanha a intensidade, e nos entrega à incredibilidade de uma fatal notícia.
O tempo pára, e as questões aparecem. E se eu simplesmente não dissesse Adeus?
E negamos o evidente, por não querer ver. É a esperança, até ao último folgo.
Contorcemo-nos, esticamos os braços, incrédulos com a crueldade da vida. Ou diria da Morte?
O passado, não é viver, mas recordar. Imaginar como seria, não passa de possibilidades, ou de impossíveis…
Adeus…
Largaram-se as mãos, o abraço, o sorriso.
Adeus…
E a magia aparece.
De novo… as mãos, o abraço, o sorriso. São lembranças.
Disse por fim, Adeus, com a certeza que és Eterno.
Eterno em mim… e nas minhas memórias.
E viverás para sempre, porque eu farei com que vivas...
The End ;)