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Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Histórias de Vida

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O vento te leva... - História de Vida de Marcus

 

 

 

 

O vento te leva…

 

As pessoas são de facto Insubstituíveis.

Inesquecíveis!

Não há ninguém quem preencha o espaço

este espaço meu.

Somos únicos. Eramos Únicos.

 

Alguém aparece, e possivelmente pode ocupar esse lugar.

Mas não da mesma forma.

Porque o brilho do olhar é diferente,

porque aquela mente é única,

porque aquele jeito de ser é singular,

porque aquela forma de chegar até ti era de facto,

Especial…

 

A dor não vem porque te foste embora,

mas sim porque já não estás aqui.

A dor não é por não falares,

é porque já não me podes ouvir…

A dor não me mata,

nem me torna mais forte. 

A dor, só me faz crescer.

 

Cresço, mas nem bem, nem mal.

Cresço somente, sem ti.

Como se o tivesse de o fazer, por Nós…

 

Esta dor não desaparece,

não se vai embora.

Por mais abraços,

por mais carinho que receba,

por mais apoio

e por mais pessoas que tentem compensar

esse inferno vazio.

 

Arde no interior da tua mente,

não sabes sequer, como parar aquelas lágrimas,

aquela revolta…

Tão tua, tão de ninguém!

 

Quando alguém vai embora da tua vida,

e sabes que é para sempre,

bate a saudade, uma saudade eterna.

 

Primeiro choras, nem que seja baixinho.

Depois limpas as lágrimas para enfrentar o mundo,

aparece alguém que as faz cair, sem falar.

Essa saudade bate com pequenas palavras,

com pequenos gestos que os outros fazem,

e sem intenção,

são memórias de quem já partiu.

 

Bate à porta a injustiça,

a fraqueza,

a cobardia.

No entanto que culpa é que temos,

de nos acharmos desamparados?

E estamos…

Provavelmente estaremos sempre…

 

Ninguém te pode substituir.

Assim como eu já não posso dizer,

 olhos nos olhos,

o quanto te Amo.

Assim como eu já não te posso dizer,

Adeus…

 

Quando estas palavras não se dizem no momento certo,

o vento leva-as.

Não espera por ti!

 

Porque haveria de esperar?

 

O tempo, são meros segundos,

que passam, até a vida terminar.

 

Isto não significa que não vale a pena viver…

Significa que a vida tem mais valor

do que cada um de Nós lhe dá...

 

 

Até sempre…

 

 

 

 

Texto de Catarina Portela

 

Texto inspirado na historia de vida de Marcus. Alguém que não teve tempo de dizer Adeus

 Marcus descobriu que a namorada tinha um tumor no cerebro.

No dia da cirurgia não teve coragem de ir ao hospital.

No dia seguinte lá foi, e era tarde demais.

A sua namorada, faleceu, por complicações na cirurgia...

 

 

 

Esta é uma data com significado especial para mim. 4 anos passaram desde que o meu Pai faleceu.

E já não me resta nada para dizer.

Não porque já não dói.

Mas sim porque já não encontro mais palavras para aquela dor que é só uma, e que já a descrevi de tantas formas.

Hoje resta-me reconhecer essa dor nos outros, que é tão minha...

 

A dor de quem quer um pedaço seu.

Ate sempre, Pai.

 

Uns segundos para te dizer que te Amo

 

Todo o Pai, começa por ser uma autoridade irrepreensível. Uma ordem que se venera e não se confronta. Pai começa por ser, uma paixão respeitada, uma voz rouca com um pedaço de Nós.

O tempo torna-nos expressivos e manifestadores de uma vontade, que nem sempre é a vontade de quem nos ama. As discussões nascem, e a sensação de incompreensão permanece na mente jovem.

Quando de Jovem já pouco sobra, nasce o orgulho. Um encantamento que resulta da experiencia e da razão que o Pai trazia sempre consigo. Nasce um laço eterno e inquebrável de conforto e sensação de Amor inabalável.

Pai, é muito mais que um amigo. Pai é teu, é só um, é verdadeiro, e leal a tudo o que te fará melhor.

Pai é terno, brincalhão, descontraído, preocupado, consciente e definido. Tudo porque, a partir do momento em que Nós lhes caímos nos braços, o Pai cresceu mais um pouco. O Pai tornou-se finalmente Homem na sua essência mais profunda.

Nós, filhos, somos a metamorfose mais marcada do Amor. Somos a certeza de que alguém luta, alguém vive para nos agradar, para nos fazer feliz.

No entanto ao Pai, só lhe damos o valor merecido, quando de facto ele já não está cá!

Até esse momento chegar, parece sempre que temos uma vida inteira para refazer laços, parece que temos uma vida inteira para lhe dizer que o amamos, parece que temos uma vida inteira para fazer tudo por ele, parece que temos uma vida inteira para recuperar o tempo em que gastamos em momentos fúteis.

No entanto, há um dia em que a consciência nos diz que o mundo evolui rápido, e que não existem horas, ou dias, ou meses, ou anos…

A vida são só uns segundos, segundos que não se refazem…

Apenas desaparecem…

 

No dia 19 de Março, para além da prenda, da visita, do bolo, do jantar, do beijo, espero que lhe digam a palavra que realmente importa. É profunda mas ao mesmo tempo é verdadeiramente valiosa. Digam somente, olhos nos olhos, que o Amam, e que sempre o vão Amar.

Porque Pai há somente um, e certamente que se iram arrepender se não lhe der uns segundos da sua Vida.

A mim resta-me comprar mais um ramo de flores (que ele não pode cheirar!) acompanhado por uma vela (que ele não pode ver!) e dizer de rosto caído postos no chão, que o Amo, e que me arrependo seriamente de não o ter dito enquanto ele ainda o podia ouvir…

Feliz dia do Pai.

 

 

 

Sou e Serei - História de vida de Tânia

 



 

Separação sem jeito, que por defeito meu, nos arrancou um pedaço nosso.

Não, não me peças para escolher, entre ti e o mundo!

Não me peças para viver contigo, de uma forma solitária, ou então sorrir com o mundo completamente vazia.

Quero a conformidade entre ambas as perfeições. Quero o Sol e a Lua, o Céu e o Mar. Quero o doce e o amargo, o leve e o pesado fardo.

Quero, quero sim! Mas por inteiro, sem porquês, sem questões, sem confusões!

 

O amor, não se questiona, não se deforma, não se pede, não se abandona!

O amor não se rasga, não se separa, não se fere.

Para quê aguilhoar-me a ti, prender-me sem dó, num quadro estático, que não te sorri, não grita, não te olha, nem te toca com felicidade?

Para que amarrar-me às palavras negras, escritas num papel limpo, decalcadas a caneta vermelha?

 Para quê se te amo da mesma forma, com todos os defeitos que me definem como tua.

 

Sim Tua!

Tua contigo, Tua sem ti!

Tua quando me cortas a alma, quando me criticas.

Tua quando me beijas, quando me desejas!

 

Sou e serei, a liberdade inexplorada, a mulher de quem me aceitar em coração, a criança que mora no momento eterno da simplicidade desprendida.

Sou e serei a voz que não se cansa, e não se separa, de quem nunca a abandonou.

Sou e serei, incompleta. Tudo porque não me amas a ponto de me aceitares…

 

Amar não é um campo coberto de trigo.

Amar, são hectares de rosas cheias de espinhos…

Muitos abandonam a beleza por não saberem a melhor forma de a tornar eterna!

Tudo seria tão fácil, se juntamente com as qualidades, amasses também os meus defeitos…

 

Catarina Portela

Texto inspirado na história de vida de Tânia (nome fictício).

 

 

Saber Amar

 

Amar não é a ansiedade de estar.

Amar não são as flores que recebes ou ofereces.

Amar não são os beijos do adeus.

Amar não são as promessas do amanha.

 

Amar não é quando me procuras, quando corres até mim.

Amar não são os quilómetros que fazes até chegares, ou o esforço de te levantares para me ver.

Amar não são jóias, nem jantares, nem sequer os olhares que se trocam sem palavras. Amar, não é tocares-me de forma quente.

Amar, não é dizer que me amas.

 

Amar é saber esperar, são pequenos gestos de afecto, sem qualquer desejo de impressionar. É dar sem desejar receber.

Dar porque o seu coração pede, e não por ser o Dia de oferecer.

É o orgulho de permanecer.

Amar são os Beijos de Bom dia, e as conversas do dia a dia.

 

Amar é encontrares-me sem eu desaparecer, não ter que correr.

Afinal, quem ama, não vai embora, e para quê correr se estamos tão perto?!

Amar, é viver em conjunto, à frente das qualidades, atrás dos defeitos…

Amar é deixar o egoísmo.

Amar é guardar um pouco de mim, para deixar um local para maior para o Nós.

Amar, não são saudades. Saudades existem quando alguém parte. No amor há duas pessoas, nenhuma pode partir, pois o amor vai-se embora nesse instante…

Amar é sentir sempre a sua presença, mesmo que ausente.

 

Amar é seres meu sem saberes.

É eu ser tua, sem duvidar.

Amor é para todos.

Saber amar, é só para alguns.

 

Perfeitamente Incompleto

 

 

Pede-me para eu ficar, para que eu possa partir.

Pede-me para ser feliz, e eu sentirei o mundo cair a meus pés.

Pede-me para eu ser igual, e eu serei eternamente diferente.

 

A perfeição do que fazes contrasta com tudo o que te posso oferecer. Não preciso que me aconselhes, que me corrijas ou que apagues com a borracha, tudo o que eu refiz a lápis de carvão.

Não, não quero aquela caneta de tinta permanente, que me obriga a aceitar o que se fez inicialmente, que tantas vezes são traços sem pensamento.

Não, não quero o corrector que deixa marcas, nem as pegadas do passado espelhadas no céu.

Quero a confusão a que tenho direito! Quero a assimetria que nos torna únicos, e a musica que ninguém ouve.

Quero que me tragas o que não sou capaz de construir, mesmo que não mudes nada em mim. Quero-te tão-somente, assim…

 

Quero-te pedaço de cristal, perfeito, intocável, e transparente, mesmo que frio. Quero ouvir essa palavra que não te cansas de repetir, e os convites que deixas no ar, mesmo sabendo que não haverá coragem para os concretizar.

Quero-te assim, longe, mas constantemente perto. Perfeito, mas imperfeitamente meu. Quero esse pensamento dúbio, essa vontade que não se concretiza.

Quero, pois a mancha do inacabado, é completa dessa forma.

Não será preciso mais, apesar de sentirmos que sim.

Não haverá rancor, ódio, paixão, desejo. Haverá um de nós atrás de uma porta, presente apesar de omitido.

Não é um segredo, pois toda a gente vê, não é injusto pois toda a gente sente, não é incorrecto, pois nada é feito, nada cresce, nada amadurece. Tudo permanece como sempre foi.

 

Perfeitamente incompleto.

 

Não!

Não fiques triste, por eu ser feliz assim…

 

 

Obrigado - História de Vida de Rita

 

 

Eras um sonho de menino, que me mimavas de alegria, e me enchias de nostalgia. Eras um sonho de rapaz, que me colocavas um brilho no olhar, e um sorriso do tamanho do céu. Que me olhavas profundamente, e me tocavas nos cabelos de uma forma tão meiga, que até parecia cruel.

Assim, eu vivia nas nuvens, tu primavas pela passadeira vermelha que colocavas a meus pés.

 

Eu não queria ver o teu lado negro, a faca guardavas no bolso, para me apunhalares pelas costas.

Quando acordei, estava banhada em sangue, coberta de lágrimas, rasgada da vida, amarrotada de ódio!

 

Fizeste-me crescer! Não porque me mataste, mas sim, porque me trocaste! Fizeste-me crescer, por cada dor mal curada, por cada estalo no vazio, por cada palavra que não disseste, por cada acção no silêncio.

 

Eu? Eu levantei-me e caminhei por entre os mortos, e voltei a nascer, com uma nova força.

Disfarcei as cicatrizes que tu causaste, coloquei a alegria dentro do meu peito, e aliei-me a todos os que poderiam ser meus inimigos.

 

Confiei neles, confiei nelas. Confiei porque não via maldade. Confiei porque na verdade, eu não sabia o que era o Homem, e a sujidade que trazia consigo. Confiei sim.

Confiei porque ainda me custa ver, todas as pessoas que me falam, e me querem mal. Ainda me custa acreditar, que o Ser Humano magoa quem lhe faz o bem… Custa-me ver morrer a menina que fui…

 

Promessas foram feitas, mas em vão, pois não foram cumpridas.

Fiquei eu novamente, no canto do mundo, de coração apertado, e lágrimas enchendo os rios.

 

Qual é o feitiço que ele lança. Que permanece para alem do tempo. Basta a presença marcada, um olhar preocupado, um jeito mais terno. E tudo se vai, como se nunca me tivesse agonizado!

 

Hoje digo. Chega!

Chega de acreditar em quem não está ali para nos proteger! Existe no mundo, alguém que só vive para nos ofender, para nos prejudicar.

Ás vezes, esses Seres Malvados estão mais próximo do que imaginamos!

 

No fim agradeço…

Obrigado pelas lágrimas, pelas quedas, pelas desconfianças.

Obrigado pelos desgostos, pelas noites em claro, pela amizade enganada.

Obrigado pelo passado atrofiado, pelos momentos bons, e por todos aqueles que doem só de lembrar…

Obrigado à triste sina, à triste sorte.

Obrigado por me tornarem… mais forte!

 

                                                                                     

História baseada na vida de Rita

 

 


 

 

Não me perguntes...

 

Ele retirou-se da minha vida sem que eu nada pudesse fazer.

Partiu com a intenção de levar meu coração, esperando que tudo se fosse esvanecer. Como posso eu omitir, se me levas a alma, e me deixas as recordações?

Como posso eu deixar para trás um sentimento , que não me deixa em paz!

Como posso eu dizer adeus, se a vontade é ficar.

Como posso eu viver sem te amar!

 

Explica-me o que será de mim, sem um sorriso teu.

Explica-me o que será deste mundo meu!

Conta-me como me podes deixar sozinha, sem um espaço teu para cuidar, arrumar, estudar, Ficar!

Conta-me se choras à noite por tudo o que fui.

Conta-me se ela me substitui! Se dilui o que criamos em anos por direito. Para onde foi tudo o que era perfeito!?

 

Não venhas mais tarde desejar, tudo o que era nosso sem ser preciso lutar.

Não me digas que desisti antes do tempo, sendo que te ausentaste, quando fiquei em desespero.

Não me digas que não tentei, se não soubeste combater!

Não me perguntes depois: ”- Como foste capaz de me esquecer?!”

Outros Olhos.

 

Era confusa a tua essência que se ausentava no momento em que partilhávamos aquele local sem nome. Permanecia meigo o teu olhar, sem palavras proferidas, sem que eu o conseguisse impedir.
- Pára!  - No inconsciente...
Não mais findou a agonia que te repelia, que me repelia.
E eu, sem amofinação que me estacasse, ou pedisse, ou olhasse.
Vais…Foste...
 
Porque será que não me dói a alma, quando te vejo bem longe?
Porque será que não existem memórias que me forcem até ti?
Porque será que o calor da indulgência se esqueceu que um dia exististe na minha vida?
 
Não há passado que volte, não há sentimentos que se transfigurem. Não há palavras que apaguem o que naquela noite desfizeste…
Não há nada em mim, que te pertença. E admiro-me como um dia, sequer, te olhei nos olhos. Certamente não era o meu olhar que primava, pois eram outros os olhos com que te olhava.
Como se adormece e se vive, mesmo estando acordada!
Impressionante …
 
Todo o meu coração sofre desgosto, por hoje saber que nunca foste o que imaginei. E pior que isso, é não sentir sequer que posso estar errada. Pior que tudo isso, é não tentar acreditar em ti.
 
Pior para mim? Não…
Pior para ti…



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Eu e tu? Apenas? Como posso? Não consigo…

 

 

Olha para o teu coração, rasga-o de dor, mata-o com esforços para nada...
Olha o teu reflexo de lágrimas, de maquilhagem preta estragada, agarra os teus cabelos escuros e puxa até que a dor física ultrapasse a dor mental.
Cai no Chão, faz birra de criança e pede para que fique. Mesmo sabendo que não vale a pena...
Pega no menino que chora no quarto, abraço-o. Tão pequenino, tão frágil, tão dependente.
- Eu e tu? Apenas? Como posso? Não consigo...
Diz que é o fim, que nunca mais o vais queres ver. Diz que tu, e aquele pequeno ser, é suficiente.
Que essa fragilidade nasce tão depressa como vai. Amor é pegar em nada, e torna-lo em tudo.
 
Diz que ser mãe não é difícil, é natural. Ser mulher é básico, define-se ainda antes de nasceres. Ser alguém é complexo e não linear, processa-se nos obstáculos, e na capacidade de te tornares, evoluíres, não te corromperes...
 
Ser, é transcendente...
É tela abstracta sem contornos reais, que quando terminada ganha o sentimento do autor...
É poeta que nada diz que até chegar ao último verso...
É não pensar, nem quando nem como. É acção, no antes, no depois, no durante, sem entraves, sem olhar para trás.
 
Embalas o berço, limpas as lágrimas. Pegas na coisa mais bonita do mundo, Sobes a camisola, e dás-lhe de comer.
És tudo para alguém, talvez para muitos, não sejas nada... No entanto és o suficiente para fazeres feliz, quem quer ser feliz. Seja ele bebé, criança, adolescente ou velhinho. Seja ele dependente, ou cheio de Independência...
 
Só fazes alguém feliz, se ele desejar ser feliz contigo.
Se não desejar?
Nunca saberá o que perdeu…
 
 


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Provavelmente...

 

 
- Tu tens valor! – Repetia ela, vezes sem conta, para se esquecer naquilo em que se transformou. Assim que deixou a vida tomar conta dela, em vez de ela tomar conta da sua vida, deixou também de conseguir viver com ela própria.
Era uma oposição contra o espelho. Doloroso, quando se olha e já não se encontra.
 
Ela era tudo para alguns, nada para outros. E na maioria das vezes sabia que era Tudo e Nada para a mesma pessoa, pena é que normalmente, eram essas as pessoas que Ela mais gostava.
Dia sim, dia não, achava que tinha valor. Dia sim, dia não, chorava por não poder voltar atrás, dia sim, dia não, culpava-o pelos erros que ela própria tinha cometido. Culpava-o, culpava-o, culpava-o!
 
Era uma crescente montanha russa, todos os seus últimos anos a colocaram confusa e perdida, mas sempre afirmou saber o que queria. E na verdade, ela sabia mesmo o que desejava para si. A Felicidade plena, ou seja, tudo aquilo que cada um de nós deseja. Só não sabia, onde e como a encontrar.
 
A verdade, é que nada é seguro na sua vida, nada é claro. Não há nada que a faça levantar de manhã, e ter certezas de que este é o caminho certo. Recua, avança. Recua, avança.
Agarra-se ao que tem, ao que não tem, e dá paços na corda fina e instável da vida.
Forçada pela mente a continuar a desfazer a imagem que criou de si mesma, ansiosa por apagar momentos que ainda hoje sabe que a vai prejudicar para o resto de seus dias… Assim vive ela…
 
Tem consciência que tudo o que fez, tiveram consequências, e ela assume a sua culpa, só não aceita que o tenha feito.
O consciente dela acredita, que existe alguém diferente no mesmo corpo, que se manifestou nas épocas de crise.
É como os monstros que nos assombram em criança, que nunca os vemos, mas temos medo deles. Assim ela vivia, com medo dela própria.
 
E dói, dói ver que ninguém lhe dá os parabéns pela luta, ver que ninguém a levanta quando ela cai, ver que ninguém lhe diz:
- Estou orgulhoso da pessoa que és.
 
Provavelmente quem diria, já se foi.
Provavelmente…



Saber Lutar.

 

 
Queria ir, e não fui. Queria que pegasses em mim, e deixei-te ir. Queria que te tornasses meigo, e foste distante. Pedi-te, entre lágrimas, uma saída, e permaneces-te num mundo teu, falando de soluções possíveis como se estivesses do outro lado do oceano.
 
Entende que não fico se sinto que não queres que fique, soltei-me de ti.
Pediste entre olhar que te mostrasse frieza, e te abandonasse para que não tivéssemos que lutar.
 
Pedis-te, quando sussurraste baixinho, que te deixasse voar. E mesmo sabendo que serás feliz com qualquer pessoa que te dê brilho no olhar, fico triste por saber que nem todas, sabem despertar o auge das qualidades que se escondem em palavras que não dizes.
 
Porque enquanto pensavas, hesitavas. Enquanto não falavas, desistias.
Enquanto tentavas perceber o que Eu era, não descobrias o que eras para mim.
Só sabias o que querias, como querias, onde querias.
Querias Tu, era saber com quem…
 
 
Nem todos somos guerreiros, nem todos estamos dispostos combater, a caminhar no mesmo caminho… Porque haveria eu de te dar a mão, se tu não entregavas o coração?
Felicidade implica combate, quem se esconde à espera que a guerra acabe perde o brilho e as noções da guerra.
 
A luta maior é sempre a que travas contra ti próprio, desistir, destroi pedaços nossos, que nos envolve de forma marcante fazendo de nós menos do que eramos, e mais , devido à aprendizagem que se edifica com a dor e com a solidão.
 
Há quem nunca lute, há quem lute mais tarde, e há quem lute, tarde demais.

Lágrimas de Branco

 

Reina no quarto, um cheiro a álcool etílico, que nos trazem memórias de horrores e dissabores marcantes…
Era um cenário cruel que matava quando se sentia a palidez de uma família agarrada a desconhecidos. A frieza entrava como arrepio em todos os ossos, e barulho de fundo, roubava a vontade de escutar.
 
Forças miúdas lutavam pela vida, num sofrimento atroz, sem entenderem o que as espera. Sem entenderem, o porquê da vida lhes matar os sonhos.
Colocam-lhe a mais árdua tarefa, o mais bárbaro truque de magia:
Fazer de Grande, um pequenino…
Dar força sem a ter…
Engolir lágrimas para não ver chorar…
 
Eles não sabem, não compreendem, não vêem de onde nasce um adulto com apenas aquele tamanho.
Não sabem explicar, como apesar de tudo, são os pequenos que lhe dão a força… quando o contrário, seria mais justo.
 
Eras de todas a mais angelical. De uma pequenez frágil, gritavas auxílio por entre corredores de dor. Tubos transparentes intermináveis esganavam-te a vida, com um líquido sem cor espetado nas veias.
Eles garantiram-te a eternidade, mas ficas-te presa num branco ofuscante.
 
E a criança pediu ajuda calada e já sem forças.
As lágrimas caiem no rosto de uma mãe impotente que agarrava de corpo e alma, a pele macia, os milagres, as excepções, e o sorriso que ainda brotava do anjo que se estendia a seus pés.
O Tempo rouba-lhe um pedaço insubstituível, sem que ela o pudesse travar.
O Pai já não fala. As horas são esquecidas, e os culpados não aparecem.
Olham-se adultos, impotentes. Abraçam-se à saída. E seguem caminhos diferentes com a mesma revolta.
 
Saem do quarto, remando contra mares de sangue, vertendo incapacidades.
A criança, esgotada, chora no quarto pela vida que a mata…
 
Alguém passou, olhou, e limpou lágrimas que mais ninguém via...


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Coração de Gelo

 

 
Gritas-te, sujaste-me de palavras inúteis, doeu-me a alma só de te ver, mesmo não ouvindo uma palavra tua. Concentrada em teus gestos ásperos que se repetiam. Oscilo em medo, receio que um dia saias da minha vida, dor da insegurança.
 
Lágrimas caíam sem som, não as limpei para que as visses. Olhas-me com a mais pura solidez, mas não me vês! Saíste sem te despedir.
As pernas perderam a força, e caí no chão. Não sei porque fico em ti, sem que me desejes, sem que me toques com carinho, sem que me beijes com amor, sem que me abraces com vontade.
Permaneço apesar de tu não seres nada. Não sei de onde te nasce essa frieza que me congela a esperança de um dia voltarmos a Ser.
 
Imune a qualquer sentimento, desprezas-me a todo o momento, e sei que para ti nada sou… Pedi-te desculpa e nem sei o motivo, sei que só assim ficas, só assim voltas a falar…Pergunto-me se já saíste da minha vida, sem eu me aperceber.
Não sei se fico por ti, se por mim… Sei que mesmo assim não viverias sem a dor que me causas, foi assim desde que te roubaram o coração. Eu assisti a tudo, e não fui capaz de te devolver à vida. Algo Morreu em ti e mataste-me a mim…
 
Ensejo em que vejo aproximar-te, não sei se vens com intenção de me amar, ou de discutir. O coração bate mais depressa... Os teus olhos mudam de expressão, e sem um único motivo, pegas-me na mão e dizes: - Vamos?!
 
E eu fui…
(novamente…)



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Isolamento. Porquê?

 

 

Esquecimento em retrocesso, do que foi outrora.
Não me vês agora.
Cegueira!!! Fosse só esta a imperfeição!
Colocas tua mente intocável, um objecto perturbador em estudo, que amedronta meu espaço onde o desconhecido aterroriza!
 
Permaneces descendente do vento, isento de todos.
Desgrudado de sentimento, escravizado pela fome, enclausurado em secura, Silencias, mas não por hipnose… Antes fosse!
Amputas insignificâncias indispensáveis e optas por declarar: Objectivo terminado sem êxito.
 
Indemnizar quem não quer regeneração, e desobstruir artérias de quem não tem coração? Apenas corpo para oferecer, a quem proclama merecer um vaso sanguíneo límpido? Desonesto mundo que não dá a quem precisa, uma vida!
 
Permaneces plácido como se não assistisses de perto a tua doença!
Involuntário quando te arrumas num ponto do cosmos, e desapareces em vez de tentar o tratamento.
Fácil seria, se confiasses em inteligências que juro que desconheces, em vez de cadáver não tem valor algum!
 
Obstruíste um corpo e uma mente…
Concluo: Eternamente Imperfeito devido à insistência do paciente em recusar medicação, contagiando todos à sua volta.
 
Doença Comum, e mortal.


 


 

Calei-me

 


Calei-me após lágrimas e memórias.
Dói-me saber que o teu medo é maior que tu.
Dói-me saber que caminhas só porque me queres amarrada a ti, e não porque estás preparado. Não estás!
Dói-me palavras que cortam como facas.
Dói-me a indiferença, a violência.
Digo que esqueço, mas lembro sempre, eternamente...
 
Não estavas onde devias estar, e não percebes a mágoa.
A tua ignorância espanta-me, ao afirmares que só dou valor, quando tudo desaparece.
Quando a tua loucura me diz que punhas a tua vida em risco, e a minha!
Quando esse mesmo sofrimento que carregas não me deixa respirar.
Não me deixa viver.
Nem tão pouco me deixa morrer.
 
Não estás como devias estar.
Impões-te, exiges, obrigas no que pensas que tens direito.
Não tens!!!
Humilhas-me, castigas-me ao víveres assombrado todos os dias.
Matas-me em pequeno espaço de tempo.
Apagas-me quando destróis sonhos que ponho em ti, que desejei em ti, que venero. E tu não tens, não estás, não vês, não ouves, não mudas…
Muro de desinteresse!
Nunca, mas nunca recuperas o que perdeste em mim, porque não sabes. Não sabes não…
 
O dia acorda, aquele dia que nos gela os corações para sempre… Que nos torna esboços e nos enclausura o afecto.
Não me acordem, mas não me matem!
 

Imploro-te

 

 


 

 
Vejo-te perdido do mundo, escondido em pensamentos irreais, e entendimentos sem razões de existir.
Vejo-te horas acordado, a relembrar, a contar segundos, a olhar o vazio à espera de um sinal.
Vejo-te tão cedente de razão de viver, de uma orientação que te faça ficar. Mas que mal tem em arriscar?
 
Ela dá-te a mão, dá-te o coração, ela dava-te tudo e partia contigo para bem longe. Longe de si, dos seus, e somente contigo…
Mas isso não te chega!
Queres mais? Pede…
Queres certezas? Procura-as…
Queres razões? Ela…
Queres um motivo? Amor…
Queres ser feliz? Tenta!!!
 
Fecha os olhos.
Esquece a musica, esquece os que falam, os que inventam, os que dizem verdades.
Esquece os que a amam, os que a odeiam, os que te querem ver longe dela.
Esquece o tempo, esquece o sofrimento, lembranças, as incertezas…
Esquece, esquece, esquece.
 
Porque pensas nos mistérios por resolver?
Porquê tantas duvidas, e tanto para provar?
Porquê se estais a um passo de começar?
 
Porque negas o amor que está a um passo de ser realizado?
Porquê, porque não te queres sentir magoado?
 
Antes magoado com alguém a teu lado.
Antes sofrer a dois, que sofrer sozinho.
Antes tentar amar, que tentar esquecer.
Antes tentar viver feliz, do que insistir na solidão…
 
Peço-te, entrega o teu coração!!!
Acaba com o teu sofrimento… Acaba com o sofrimento de quem te quer dar a mão…

Cansado de Viver

 

 


 

Olhas-me esgotado, renegando uma vida tão cheia de experiencias.
Fragmentos de histórias cheias de maravilhas, de viagens e aventuras, de paixões e corpos famintos.
E quantas não são as histórias de coragem, de sobrevivência, de erros cometidos e ultrapassados.
 
Não será o cumulo quereres desistir de tudo, se tantas e tantas vezes vistes a morte passar por ti?
 
Velho, cansado, de olhos brilhantes de lágrimas, corado e de voz tremula, de tristeza.
Choras-te já esgotado do desespero e da falsidade que te rodeia.
Magoado pela vida, pelo sangue e pelos que te eram próximos, que te martirizam os teus últimos tempos, fazendo da tua vida miserável e pedinte.
 
Percebo a tua dor. Não ser desejado, tentando a todo o custo ser afastado.
 
Homem feito em pedaços pelas facadas de uma vida à parte, que se reflectem agora na frieza, de quem jamais, mas jamais (repito sim!) te devia ter abandonado.
 
Tentam unir o que já está separado, impossível compreender que por vezes a única saída é sair, deixar, apagar laços e esquecer que um dia foram felizes.
Tudo é mentira desespero e sofrimento, desilusões e discussões.
 
Mágoas que recordei em ti, homem valente, sofrido, tão carente por ser amado.
 
Levanta-te e anda…
Caminha para um local onde possas recomeçar, nunca será tarde.
Sei como é duro procurar um lar, muda-lo de lugar.
 
Refaz laços, encosta-te a alguém, assiste aos melhores dias da tua vida, com tudo de novo.
Esquece tudo e todos os que não te querem bem…
Renasce das cinzas.