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Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Os Inocentes e os Filhos da Puta!

 

Nascemos com todo o amor que alguém pode desejar,crescemos com o carinho que nos rodeia, observamos o mundo em pleno, mas durante a caminhada apareceram demasiadas pedras na calçada.

Em vez de continuarmos na inocência, acordas e vês o Inferno á tua frente, até que começas a queimar por dentro e não sobra nada de ti.

Eras Inocente, e agora viras-te Homem?
Não!
Agora viras-te filho da Puta, um Homem nunca será o contrário de “Inocente”!

Grande parte dos Homens é filhos da Puta, porque a vida se riu deles de uma forma quase sarcástica, e Nós, Filhos da Puta, rimo-nos agora da vida.

E esperamos um dia pela Sorte… Sim a Sorte!
Dizem que a sorte é sempre dos Filhos da Puta!
Esses Filhos da Puta, que só o são, porque não tiveram sorte nenhuma.
Aos Filhos da Puta deste mundo, que admitam o que são, e o que a vida fez deles!

Somos a irritação dos benfeitores, que nos criticam nas costas, mas não vêem o que a vida nos torturou.

Somos Filhos da Puta, porque a maior parte não tem coragem para ser suicida! Porque a maioria se esconde no seu manto, tão superficial, que enerva só de olhar.

Quando têm oportunidade magoam, magoam de uma forma gélida, como se não tivessem a fazer nada de mal. E dorme, dorme descansado. Acorda e vê-se ao espelho, põe o seu olhar Sedutor e diz:
-És mesmo Bom!

A auto estima eleva-se nesses pequenos momentos de glória e satisfação, que normalmente é o coração apertado de alguém.

E perguntam vocês.
- E porque é que eles se sentem bem?

Porque as lembranças da dor deixam marcas. Marcas que não se apagam… E quem magoou é para nós um ser com poder, poder de nos atormentar a mente!
Por isso sentir esse poder, é sentirmos que estamos a chegar aos outros daquela forma rude e medonha.
Esse poder é-nos benéfico. Só custa a primeira vez.

Depois este poder é a Droga mais pura do Homem… Chama-se Maldade! E ainda não lhe foi detectada cura.
Vem e vai, quando o paciente está pronto.

Pronto para mais uma mudança?!

 

(texto meu retirado do antigo blogue Reflexão - http://cat_3105.blogs.sapo.pt/28510.html) ...

Esclerose Múltipla - História de Vida de Paula Branco

 lágrima

 

Hoje era mais um dia. Um dia de rotina em que eu própria o tornava especial, deliciando o mundo à minha volta com gargalhadas e boa disposição.

Hoje era mais um dia. Um dia em que todos os sentidos acordavam para me proporcionar um óptimo dia. Andava, falava, escutava, sentia, via, cheirava e não me faltava nada.

Mas hoje, algo mudou. O meu olho direito tinha um sol que brilhava de tal forma que não me deixava ver nada que estivesse na parte central, mas nem uma dor me incomodou. Chamam-lhe vulgarmente de “flash”, o meu primeiro sintoma.

Corri de médico em médico e de hospital em hospital, onde me foi detectava uma “ nevrite (ou neurite) óptica central é uma inflamação do nervo óptico, o nervo que é responsável por levar a informação do olho até ao cérebro – Uma inflamação que pode causar uma perda parcial súbita da visão do olho afectado.”

Mas não era só uma neurite central… A vida teimava em por à prova a minha resistência.

Seguiram-se semanas de exames e exames, todos eles diferentes. E Eu? Eu continuava a sorrir, alheia a qualquer problema grave. Animava a sala de neurologia, e todos se sentiam melhor. Até eu me esquecia daquele local branco de cheiro a álcool etílico onde passeavam entre eles anjos que nos visitavam com a promessa de nos fazerem sentir melhor.

Dias e dias passaram, até que a visão foi recuperada na totalidade, e tive alta.

Nesse mesmo dia, comunicaram-me que a perda de visão estava relacionada com uma doença. Foi-me diagnosticada Esclerose Múltipla em estado Inicial.

Vocês não sabem nem conseguem prever, o que é acordar um dia a descobrir que o amanha não será nem próximo, do que sonhamos. Vocês não imaginam o que é olharmo-nos ao espelho e imaginar que um dia muitos, senão todos, os meus movimentos serão passíveis de ajuda alheia. Ver a pouco e pouco o corpo a mudar, a mente a perder, os sentidos a partir sem que eu tivesse cometido um erro que me levasse a justificar um possível estado. O mais difícil será o dia em que aparecer de novo um estranho indício que me recorde da notícia que mudou a forma como vejo a minha vida.

Neste momento, nem um sintoma, nem uma forma de me apontarem a doença.

Neste momento, nem eu sei se ela existe, ou se partiu para sempre, da mesma forma que apareceu.

Cai no palco o pano teatral, e fecham-se histórias de horrores. De olhos nos olhos com a realidade, desvio o olhar. De que me serve lembrar a cruz!

Cavalgo por entre a sorte que me foge, e alcanço a tranquilidade que me pertence… Ou pertencia.

 

 

Texto baseada na História de Paula Branco -  http://-cute-.hi5.com. Uma mulher que está sempre a rir, com um rio de amigos enorme, com uma vontade de viver terrivelmente assustadora. Quem a olha cá de fora, não vê o que ela esconde por dentro. São estes momentos em que penso, que se Deus existe, dá certamente aos mais fortes os problemas maiores... 

 

 

“ O que é a Esclerose Múltipla (EM)? É uma doença neurológica crónica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas (pessoas com genótipo caucasiano). Esclerose múltipla é uma doença crónica que afecta o cérebro e cordão espinal. A esclerose múltipla pode causar vários sintomas, incluindo alteração nas sensações, problemas visuais, franqueza muscular, depressão e dificuldades de fala e coordenação. Embora muitos pacientes tenham uma vida plena e recompensadora, a esclerose múltipla pode causar problemas de mobilidade e incapacidade em casos mais severos. Esclerose Múltipla afecta os neurónios, os quais são células do cérebro e cordão espinal que carregam informações, criam o raciocínio e permitem ao cérebro controlar o corpo. Há uma camada de gordura que envolve e protege esses neurónios e os ajudam a carregar sinais eléctricos. A esclerose múltipla causa a destruição gradual dessa camada e a divisão dos neurónios em pedaços pelo cérebro e coluna espinal, o que ocasiona vários sintomas dependendo de quais sinais foram interrompidos. Acredita-se que a esclerose múltipla resulte do ataque do sistema imunológico da pessoa ao sistema nervoso, desta forma sendo caracterizada com uma doença auto-imune.

A fadiga é um sintoma muito frequente e bem conhecido da EM, mas porque pode também ser um sinal de outras doenças, não é imediatamente identificado como sendo causado pela EM. A fadiga se manifesta muitas vezes sob a forma de períodos que podem durar alguns meses, durante os quais a disposição se esgota diariamente, após um pequeno esforço. A fadiga ocorre, quer na EM em forma de surtos, quer nos tipos mais progressivos da doença.

A maioria dos casos é diagnosticada em adultos jovens, sendo raros os diagnósticos em pessoas com mais de 50 anos. Afecta duas vezes mais mulheres que homens (a cada três casos, um ocorre em homem). Na Europa, os países escandinavos são os mais afectados. A presença da doença em um familiar representa uma possível predisposição genética: a probabilidade de se vir a manifestar a doença é 15 vezes maior, neste caso. Estimam-se mais de um milhão de casos mundiais diagnosticados, dos quais 450 mil só na Europa. Em Portugal, há mais de 5 mil casos diagnosticados.

A terapêutica concentra-se nas acções que atrasam a progressão da doença e melhoram a qualidade de vida do paciente pela promoção do alívio dos sintomas.

A Esclerose Múltipla tem cura? Até á bem pouco tempo esta doença não tinha cura nem nada que se pareça, mas em 2006, foi descoberto que um componente da casca de ovo poderia funcionar na cura, mas ainda está em fase experimental em animais.”

Um Adeus a José Saramado

josé saramago novel literatura faleceu morreu

 

 

Poema à boca fechada


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

 

José Saramago

 

 

(E morreu certamente sem dizer tudo... Uma mente brilhante, que desafia em palavras tudo e todos. Dono do prémio Nobel da Literatura em 1998 com a obra de Memórial do Convento, que tive o prazer de ler...)

 

 

Traição - História de Vida

Hoje Sou, o que Ontem não fui


 

Resvalei pela estrada da vida, onde percorri jardins que não eram meus, mas a tua cor escura e o teu olhar de mel, agarrou-me para sempre, sem jeito, sem defeito, sem local, em vida irreal.

Prometi lares, em diversos olhares e nasceu vida de onde nunca imaginei. Com medo, obrigação e consciência agarrei o dever. Triste inocência, que me via crescer.

Recuas-te, como te compreendia! Vergonha era o sentimento que deveras conhecia.

Apareces-te paulatinamente, como se fosses chuva no meio de um deserto de necessidades, e subsistiu uma flor no meio da insignificância do meu ser.

Contemplávamos de novo o Nada que existia, e o Tudo que sonhávamos ser um dia! De olhos postos no momento que nos agregava, partíamos separados para os lares que demolíamos. Procurava no Além a resposta, a luz, a melodia, o sussurro que me indicasse o sinal que ansiava.

Por muito que contrariasse o destino, Deus colocava-te sempre em meu caminho. Deixei tudo o que tinha traçado, deixei o passado guardado em baú, deixei as palavras que rasgavam como facas. Peguei na tua mão, guardei-te em meu coração, e nunca mais soube onde morava a tristeza.

Escrevi as linhas que estavam gravadas desde o dia em a luz te iluminou naquela igreja.

Hoje sou, o que ontem não fui. Apenas teu, e tu, apenas minha.

Melhor que tudo isso é sermos finalmente, um só…

 

(Texto baseado na vida de “Horácio”, nome fictício. Destaco entre o enorme texto que recebi, a força que este homem teve de agarrar o amor antigo, e conseguir parar a sua tristeza assumindo a mulher que mais amou, mas que guardava às escondidas por ser casada e com filhos, e ele, por ser casado e com filhos… Uma história de vida, onde a traição foi assumida, e teve certamente um final feliz, e justo para todos, visto que é impossível viver feliz na mentira.)    

Anorexia e Bulimia - História de Vida


 

 

Deixei a minha vida quando me agarrei aos números rodeavam a minha mente. Deixei a porta fechada para todos os que me tentavam ajudar, e escondi-me por detrás de um mundo que só a mim me pertencia. Ninguém tem que sofrer por mim!

O espelho não retribuía a imagem que eu desejava. Ria-se de mim, e eu convencida de que um dia veria, tudo o que sempre quis reflectido no vidro. A luta contra mim, é sempre maior do que a luta travada como mundo exterior!

 

Deixei de comer porque o meu treinador me pediu apenas para perder dois quilos, afinal a competição de andebol estava a começar.

Dois quilos foram dez, que passaram a 20, e perdi 26 quilos. O pouco que comia, vomitava, o meu corpo não suportava a comida! Como se não bastasse, nunca dispensei o exercício físico.

De 62 kg, e 1, 74m de altura, passei a pesar 36 kg!

 

Perdi bem mais do que quilos. Perdi amigos, namorado, a confiança dos meus pais, perdi os estudos!

A família entrou em dificuldades para me ajudar. Oceanos de dinheiro perderam-se em oito anos. De Anorexia, passei a praticar Bulimia, escondida dos pais, com esquemas que vocês não imaginam.

 

O que mais custou?

Ver, ouvir, sentir a minha mãe a fazer os impossíveis para me agradar na comida. Eu a passar pela mesa, trancar-me no quarto sem a olhar de frente. Quantas não eram as vezes em que me doía o coração só de a ouvir a chorar à mesa.

Quando comecei a tentar comer, o corpo rejeitava. Todo o esforço que a minha mãe tinha para me agradar, era em vão.

 

Hoje escondo a bulimia que resta, mas recuperei muito do que perdi. Tenho o peso normalizado, e vivo a minha vida melhor do que antigamente, mas sempre oculta atrás do medo do passado.

Adormeço todos os dias a pedir que tenha terminado. Peço por mim, por todos os que me amam e se esforçaram para eu ganhar a guerra.

 

Perdida neste mundo tão nosso, desfaço lágrimas para construir diamantes. Um dia verei uma enorme riqueza reflectida em mim.

O amor-próprio.

 

História de Vida de "Renata" - Nome ficticio

 


Alma de Criança

 

Uma criança pintou o mundo cheio de cores, meninos do tamanho de árvores, as casas bem pequeninas, e as flores tinham o tamanho das pessoas. Rasgam papéis como quem quer bater ao mundo, dão chutos na bola como quem se projecta no mundo de futebol, as bonecas são princesas que vivem “felizes para sempre”. Vencem monstros e medos, vivem afortunados naquela terra onde são Reis.

 

Os adultos brincam às escondidas, como quem tem receio de sonhar, cobrem-se com um manto de características vincadas pela profissão e pelo dever. Perdem o sorriso exemplar, a alegria de gritar pelo seu ídolo, deixam a fantasia do faz-de-conta.

 

Deviam existir brinquedos para adultos, aqueles brinquedos que dão um brilho aos olhos que perduram até um novo brinquedo chegar às suas posses.

Descomprimir da vida, não é vergonha, embaraço, ou anormalidade. É procurar um lugar mágico onde a descontracção te renova e faz de ti mais humano, mais criativo, mágico, criador de boa disposição, onde o mundo pode ser ainda cor-de-rosa.

Existe um sem limites no horizonte, onde no mesmo mundo se unem pessoas de várias idades, com expressões capazes de tornar este planeta mais feliz.

 

São as Crianças Grandes que fazem projectos, e que amarravam a vida com a certeza que “é bom viver”.

Bom, é crescer, sem perder a alma de criança, pintar a aliança entre a cronologia e o saber. Vergonha é perder os sonhos naquele local a que lhe chamam inocência, onde só existia felicidade.