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Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Histórias de Vida

Escrevam para catarinaportela86@gmail.com e conte sua a história da sua vida.

Menino

 

Menino, que quero sempre perto, menino que fazes falta, que choras e ris comigo.
Que falas pouco mas sabes muito.
Menino que a vida fez amadurecer depressa.
Menino com medo…
 
Pequeno homem, de grande valor.
Se a vida te der tudo o que quero para ti… Serás dono do mundo.
 
Diz-me que vais abraçar os sonhos com garra. Que vais lutar para seres feliz, que vais continuar a ser assim, e o tempo te vai conservar, e guardar-te para sempre.
Vontade que tenho de preservar esse coração de ouro, essa inocência perfeita que faz falta ao planeta. Essa calma que continua a fazer de ti, dos pedaços de mim que mais me orgulho. Aquele pedaço que não dá desilusões nem faz confusões.
 
Tão crescido o meu pedaço, que me faz sorrir apenas com a presença.
Que me dá vontade de abraçar de não deixar nunca mais.
Desejei-te bem cedo, ainda não sabia que teríamos que sofrer juntos tantas dores.
Desejei-te pequenino, calmo, amigo, querido, desejei-te pedaço de mim.
 
Agora sonhas, lutas e ainda não vês o mundo como ele é, é fantástico olhar e ver-te engrandecer devagarinho.
Menino, que trago sempre comigo…

Vou partir...

 

 

Olho-te já com saudade, aprecio os momentos, porque serão os últimos.
Deixo pedaços de mim. Ausento-me da minha terra, do meu espaço, do meu sangue.
Solto-me dos amigos, dos inimigos, dos conhecidos. Desprendo-me de tudo e todos… e recomeço longe, num cantinho que parece meu.
 
Sinto um frio na barriga, como se voltasse de novo à escola.
Dá-me vontade de agarrar a vida e não olhar para trás com receio que qualquer parte da juventude venha atrás.
Mas sei que não há lugar para qualquer tipo de dúvidas ou mesmo desassossego, afinal, o que é um Adulto senão, uma mente adolescente com mais algumas responsabilidades?
Estou preparada para a fase da minha vida de que mais receio.
Aquela que desejo para sempre, mas a que temo que acabe depressa.
 
Eu podia ser mais permissiva e paciente, em vez de tentar alertar-te para todos os defeitos que me afrontam.
Aprendi a observar, a sentir, a interpretar todos os movimentos de um qualquer casal, e vi muito, em todos eles. Vi o que queria, e com o tempo, vi o que jamais desejaria ver.
 
Guardei toda a informação num baú, mas por incrível que pareça, esse nunca ganhou pó.E porque? Porque vou sempre lá mexer ou acrescentar informação.
Apercebi-me que ultimamente não guardo mais do que pormenores.
Não me podem mostrar mais amor do que o que sinto, mas também que não me mostrem mais ódio e dor do que a que vi, ouvi, senti…
Sei ver as falhas, gosto de corrigi-las com antecedência.
 
Espero que tudo isto não me impeça de viver.
 
Agora respiro fundo mais uma vez. Aquele passo aproximasse, e eu só tenho medo de falhar o degrau.

O Nosso Tempo

 

Não consegui guardar-te num momento para sempre.
Procurei prender-te a mim num pensamento constante. Até que me cansasse de ter a mente desperta, mas tive medo de adormecer.
Quando acordei não estavas a meu lado, senti mais uma vez a tua falta.
Rebolei por entre os lençóis brancos, olhei para o teu lugar vazio…
 
O relógio estava casmurro em não querer retroceder para o tempo em que estava presa em ti.
Não havia som, palavras, ou companhia que substituísse o lugar que ocupavas.
É a hora.
De comermos na mesma mesa, partilharmos o mesmo tecto, de te roubar os cobertores, de reclamar a desorganização, de pensarmos para Nós.
É o tempo de sorrir de manha, e sorrir ao deitar.
De dormirmos agarradinhos, como se ao não houvesse amanha.
De pensar em tarefas diárias banais, que darão imenso gosto, fazer a dois.
Ansiosa de olhar para ti e ver defeitos e qualidades que só as paredes podiam mostrar.
 
Quero que os meus sonhos sejam os teus, quero ouvir a tua voz mal o sol espreite, e sentir o teu toque mal a lua se levante.
Quero-te onde preciso de ti, a meu lado.
 
 

É urgente Viver!

 

 

 
 
A vida ensina-nos a esquecer o que não devemos lembrar. Ensina-nos a calar quando não devemos falar.
Ensina-nos que a calma e paciência é um dom precioso que nos poupa muitas dores de cabeça.
Demonstra-nos que nada é eterno, mas que se pode viver eternamente na memória de alguém.
Ensina-nos a tirar de dentro o que está a mais, e produzir apenas o que é aconselhável, mas que há pedaços de nós, e dos outros, que são inalteráveis.  
 
A ela devemos o agradecimento pelas segundas oportunidades, o pedido de desculpa pelas vezes que tentamos deitar a vida fora.
Devemos à vida, as histórias contadas pelos antepassados, as lições aprendidas, os avisos.
Graças à vida, sabemos o que é cair e levantar, sorrir e chorar, desistir e persistir.
 
Encontro-a então nos pedaços mais simples:
No Sol de mais uma manha.
No vento que sopra forte no campo
Na água do mar, e no seu cheiro fresco e puro.
Na chuva que bate no vidro.
Na criança que solta uma gargalhada.
No cheiro do Verão.
Num olhar intenso, que nos come por dentro.
No som de uma melodia, que entra no coração e o faz bater mais depressa.
 
A vida, é um dom.
Devemos olha-la de frente., enfrenta-la, ouvi-la.
Devemos tomar partido dela.
É urgente viver…

 

Desculpa-me

 

Desculpa o meu Ser, aquele que te magoou. Aquele que te odiou por não ser correspondida, aquele que errou por não ter criticado, por não ter falado, por não ter gritado.
 
Desculpa porque sei que sofres-te, e até te arrependeste.
Até choras-te, e te odiaste por não conseguires suportar o pensamento, de que mesmo assim, me amavas.
 
Desculpa por não conseguir arranjar outra forma de te dizer que estava a sofrer.
Ai lágrimas que chorei, e quantas não foram as vezes que pensei, que este era o meu Adeus, de ti e de Nós.
 
Mas não, contra o meu Ser, contra o que imaginei.
Fiquei, fiquei quando te queria abandonar.
Fiquei porque tu quiseste ficar.
Fiquei porque te amava, e tu prometes-te mudar.
 
Assim como eu prometi esquecer, o que um dia fui, sem querer.
Por ódio e raiva de ti, perdi-me em erros, que moem cá dentro, como se fossem espinhos cravados no corpo, que me marcaram como pessoa, marcaram a minha seriedade. Destruíram a dignidade, e transmitiu-te insegurança.
 
E não tentando justificar, o que afinal está errado, senti apenas que não estavas, inteiro, a meu lado.
Mas como não sei amar por metades, só aceito amor conforme o dou. Com esta dedicação que preenche o coração.
 
Desculpa-me…

Morte em mim...




 

  

Tu, que me vês a morrer devagarinho, onde já ouço baixinho uma voz que me chama.

Perdem-se as forças, para comer, para falar, perde-se a esperança, de acreditar num amanha, e vem lá dentro aquela luz, aquela raiz que abona, mas já não é forte.

Estou entregue à minha sorte.

 

Vejo a vida a passar por mim, assim devagarinho, e parece pouco o tempo que tive para estar contigo, para te ver e te sentir.

E sinto que falta tanto por fazer, tantos problemas para resolver.

Preciso de ficar!

 

Tenho um olhar de despedida, como se cada dia fosse o ultimo. Entro por dentro dos que amo para dizer Adeus… mas as palavras são curtas.

E nem preciso de dizer mais, não…

A mensagem chegou ao destino.

 

Relembro o vídeo de nascença que vi em casa.

Como tudo começa!

Como eu gostava de estar a nascer, como gostava de voltar atrás.

Entrega-se em mim um medo gélido, de pensar como acaba.

Da dor que vou sentir.

De sofrimento que tenho por vos deixar a todos.

 

Estou cercado de dores, de cansaço.

E não adianta visitar-me, só me causa mais dor.

Relembrar, e voltar a lembrar que me vêem, e pode ser a ultima vez.

As minhas rugas ainda não são profundas, porque me levas?

Porque não me deixas ficar?

Porque me roubas assim, do meu lugar?!

 

Se eu pudesse ficar e dizer tudo o que tenho cá dentro.

Se eu pudesse ouvir tudo o que tinham para me dizer, a minha vida teria de certeza outro sentido.

E daria aos outros, outro sentido para viver.

 

 

Amarrada

 

Tempo preso num espaço apertado que te manténs aconchegado a mim.

Tempo que só passas pelo mundo, deixando-me lá no fundo.
Amarrada a uma vida que desejo perder, com esperanças de um novo amanhecer.
 
Mas demora a evolução para um novo rumo.
Demora dizer, demora a fazer, demora determinar.
Preciso de um tempo rápido para dizer adeus, preciso de um tempo longo para refazer o que demoliu.
Preciso de sorrir mais tempo, para o tempo me agradecer por ter vivido.
Preciso de recuperar o tempo sofrido, esquecido pelos malditos.
Aqui ficam acorrentados, escritos, como se de uma lápide se tratasse…
 
Vai-te demónio que amaldiçoas o meu relógio.
Vai-te que tenho tanto para viver.
Vem a mim oh força, oh alegria de ficar, oh paciência de mulher.
Vem, toca-me e não te vás embora.
 
Fica em mim, a calma, a ternura, a bondade de outrora. Fica em mim…
Trás quem sou, mas recuperando o que fui.
Trás o Acreditar, não esquecendo o que aprendes-te.
Faz de mim, um Tempo Infinito, escrito, sentido.
Torna-me simplesmente bela ao ser proferida, incapaz de ser condenada por qualquer palavra.
 
Que te cales, e me ouças, e faças o que mais te poderia valorizar.
E te arrependas de tanto me matares a vida…
Esquecida por ti?
Claro, mas farei com que nunca mais me esqueças. Vou-te recordar.
Até um dia me esquecer de ti…

Raiva

 

 

 

Raiva que nasces, que te perdes e mim.
Raiva que matas e destróis, e dás forças, dás sim!
Dás força para planos gélidos e cruéis, para salvares a tua vida e/ou dos outros, tão puros e crentes.
Força contraditória que odeia cada ser que se atravessa numa caminhada, supostamente calma e natural.
 
Raiva tão irreal quanto cruel que desfazes e gozas fazendo…
Arrancas do peito o impulso, a dor, as insónias e memórias…
Memórias boas… Benéficas para a mente.
Não me vais consumir, não te vais apoderar de mim e dos que amo.
Não vais porque a minha raiva existe pelo bem, um bem que te fará mal…
 
É verdade, há maldade escondida em mim, mergulhada num poço sem fim.
Atravessaste-te na minha vida, e o camião passará por cima e ti.
Não remes contra a maré, não te adianta atiras-me areia, pois já estou cega.
Cega de raiva.
 
Se tu soubesse o quanto me prejudicas apenas com a tua existência! Digo-te vai embora, embora da terra, do mundo, do planeta, seria o mínimo que podias fazer.
Embora para sempre…
Mas se queres ficar, joga limpo. Joga com honra e glória e eu serei a primeira pessoa a elogiar-te pela tua grandiosidade.
 
A ti raiva que me consume.
A ti raiva que existes e resistes…
A ti de digo que se vieste para ficar, farei da tua vida o Inferno!!!
Dúvidas?!
Espera para ver…

Amor Meu

 

 

 

 

 

Oh Amor que contas histórias que nem ouço, enquanto te olho por dentro, deserto sem medo. E perguntas já irritado, se presto atenção?
 
Amor, eu ouço as mais belas palavras. Palavras que aquecem um coração cheio de vontade de lutar contigo, num espaço perdido.
Grito ao mundo, para que possam ouvir que o feitiço que me colocaste é sagrado, único e verdadeiro.
 
Agora sim vejo, ouço e sinto.
Agora tremo, gemo, choro e sorrio com intensidade.
Agora tocas-me e levas-me numa viagem terna, suave e pacífica.
E qual não é a surpresa quando descobri que navegava por entre Deus do Olimpo!?
 
Sim, desejo que seja eterno.
Que seja eterno o teu olhar, o teu toque, o teu beijo…
Que seja eterno a tua birra, o teu rosto cansado, o teu desespero assustado.
 
Amo, simplesmente amo cada pedaço teu, que me completa, que contigo desperta para uma nova realidade.
Estúpida alegria que te torna meu destino. Preso a mim, num espaço, num tempo, num lugar… Um lugar meu, onde só entra a quem eu abro a porta.
Abria para ti e descobri em ti, bocados de mim, que ninguém imagina existir.
 
Somos cavaleiros solitários que guardamos um segredo, que não devemos revelar, para que cada um seja digno de descobrir…
Amor, que me reavivas apenas com a tua presença…
 
Dá-me a liberdade, e tem a bondade, de me deixar continuar aí… no teu lugar, onde me descobri, a mim.

Vive como Criança...

 

 

 

Força que me entras pelo peito, e sem jeito me contas, que tudo pode mudar.
Sussurras, e deixas lá dentro uma porta aberta com horizontes defendidos, tão cheios de marés e de esperanças.
Arrastas contigo tudo e todos, numa felicidade ilimitada, digna de ser regada pelas mãos de uma criança.
Vê-la!
Tão pura e cheia de vida!
Vê como sorri, como te transmite harmonia e paz.
Ai criança em mim, que choras quando te contrariam, e ris quando te fazem cócegas.
Criança que cais e dolorosamente te levantas
Criança em mim, que sorri para muitos, discrimina outros, tão mortos. Coitados, o que a vida fez deles!
Sou, sou criança.
Criança, como todos nós devíamos ser.
Criança que diz que não gosta da sopa, nem de “picas”, criança que faz birras.
Mas que sabe, melhor que ninguém, sorrir…
Sou criança e vós também devias ser.
Para olhar nos olhos sem medo, porque estamos protegidos.
Para falar sem receio, pois a nossa opinião é sempre relevante.
Para aprender todos os dias.
Para achar que a vida tem ainda tanto, e tanto para mostrar.
Esta força sobe como balão, e atinge uma dimensão surreal, mas não tem qualquer mal crescer assim.
Para muitos, não passa de uma lembrança…
Mas as crianças continuam, a rir, a chorar, a levantarem-se, e a aprenderem, vezes sem conta…
Até que um dia, quem sabe, esquecem-se que foram crianças…